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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, outubro 26, 2015

Pelo fim das candidaturas de líderes religiosos para cargos políticos ou públicos

Pelo fim das candidaturas de líderes religiosos para cargos políticos ou públicos
30.000
21.173
21.173 assinaturas. Vamos chegar a 30.000

Por que isto é importante

Nos últimos anos no Brasil, temos assistido a verdadeiras ameaças aos direitos civis. Uma bancada, com clara intenção de instaurar uma teocracia no País, vem sorrateiramente se infiltrando em todas as instâncias de poder, municipal, estadual e federal, sugerindo projetos de lei que são verdadeiros ataques à laicidade do Estado brasileiro, pressionando e colocando o restante do legislativo numa posição de refém de seus princípios religiosos e dogmáticos.

Tem sido uma luta desigual, pois os mesmos candidatos sendo também líderes religiosos, contam com palanque contínuo em suas próprias congregações. Além disso, fica difícil para o Estado garantir a transparência da origem do dinheiro arrecadado para suas campanhas.

Vimos por meio dessa, exigir de nosso Congresso uma mudança urgente na legislação eleitoral do País nos moldes da legislação mexicana, que proíbe ministros de cultos religiosos de se associarem com fins políticos, assim como realizar proselitismo a favor ou contra candidato, partido ou qualquer associação politica. Aqueles líderes religiosos que desejam se candidatar no México devem se desligar formal, material e definitivamente de seus ministérios religiosos em um prazo de 5 anos da data das eleições, ou em um prazo de 3 anos para a aceitação de vaga em cargos públicos, e pensamos que esse prazo seria o suficiente para que se garanta a autonomia do candidato em relação à sua congregação religiosa.

A lei brasileira, no inciso VIII do artigo 24 da Lei nº 9.504/97 veda, a partido e candidato, o recebimento direto ou indireto de doação em dinheiro ou estimável em dinheiro, inclusive por meio de publicidade de qualquer espécie, procedente de entidades religiosas. Portanto, se é natural que as entidades religiosas sejam proibidas de oferecer ajuda financeira a candidatos, pois isso poderia afetar o laicismo do estado (como já decidiu o Tribunal Superior Eleitoral), a mesma premissa há de ser aplicada à constituição e ao funcionamento de partidos políticos religiosos, assim como à introdução de crenças religiosas na campanha eleitoral. Isso porque política e religião jamais devem se misturar, incluindo-se aí a hipótese de candidatos se apresentarem em templos e igrejas ou quaisquer agrupamento com fins religiosos.

Devemos exigir de nosso Congresso legislação similar para que seja garantida a laicidade do Estado brasileiro. Quanto aos líderes religiosos já eleitos e no exercício de seus mandatos políticos (quaisquer que sejam seus cargos), poderão concluir os mesmos, porém deverão entregá-los após o cumprimento de suas funções. Durante a campanha, um político poderia se candidatar enquanto fiel seguidor de qualquer religião, desde que a mantenha em caráter privado, mas ficaria vedado o uso em campanha ou no exercício do legislativo de argumento baseado em princípios religiosos para negar quaisquer direitos civis e humanos de segmentos sociais ou religiosos minoritários. Afinal, na História da humanidade, se pode comprovar a catastrófica consequência da intromissão da religião na política.
*https://secure.avaaz.org/po/petition/Pelo_fim_das_candidaturas_de_lideres_religiosos_para_cargos_politicos_ou_publicos/?sIkqGgb


ASSINE A PETIÇÃO 
Exigimos que líderes religiosos sejam proibidos de se associarem a cargos políticos; desliguem-se formal, material e definitivamente de seus templos religiosos 5 anos antes das eleições ou 3 anos antes de aceitar vaga em cargos públicos, garantindo-se assim a autonomia política. Poderão concluir seus mandatos, mas deverão entregá-los ao finalizá-los. Proíbe-se nos templos proselitismo a favor ou contra candidato, partido ou qualquer associação politica, estando impedidos também de se apresentar em quaisquer agrupamento com fins religiosos. O político poderá ter sua religião em caráter privado; durante mandato ou campanha, não pode negar direitos civis, baseado em princípios religiosos. A lei já veda que partidos e candidatos recebam de entidades… Clique aqui para ver todo o texto
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