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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, setembro 17, 2010

A defesa da diversidade de pensamento em tempos de controle e manipulação da realidade por parte de vozes únicas e ultrapassadas é algo urgente

Da Agência Educação Política


Neste interessante artigo, que segue abaixo, do arquiteto argentino e ganhador do Nobel da Paz em 1980, Adolfo Perez Esquivel, publicado na Carta Maior; está presente a defesa argumentativa e analítica de uma das mais urgentes lutas da, essencialmente informativa, sociedade contemporânea: a defesa da pluralidade de vozes contra os monopólios da informação que controlam os meios de informação e tentam eliminar a liberdade de imprensa.

Como Adolfo mostra ao longo do artigo, os monopólios da informação querem reduzir a liberdade de imprensa a uma mera e simples liberdade de empresa, termo e prática totalmente incompatível com a natureza de uma imprensa realmente plural e livre.

A defesa da diversidade de pensamento em tempos de controle e manipulação da realidade por parte de vozes únicas e ultrapassadas é algo urgente e sempre bem-vindo! E nesse ponto, podemos ir além da liberdade de imprensa, que é uma coisa, e falar em liberdade de expressão, que é outra coisa. Os oligopólios da informação sufocam também a liberdade de expressão, não só a liberdade de imprensa, pois ele dizem o que os outros devem dizer, portanto, impedem a capacidade desse outro de dizer por si mesmo! O espírio da liberdade de expressão é justamente o oposto.

Já diria Voltaire: posso não concordar com uma palavra do que dizes, mas defenderei até a morte teu direito de dizê-la! Os oligopólios diriam: posso não concordar com uma palavra do que dizes, mas tentarei até a morte te dizer e convencer do que deverias ter dito!

A contaminação informativa
Agência Carta Maior
Por Adolfo Perez Esquivel, com tradução de Katarina Peixoto

A Lei de Meios Audiovisuais sancionada pelo Parlamento argentino é necessária, já que permite romper o controle dos monopólios informativos, gerar o pluralismo jornalístico e recuperar a liberdade de imprensa. A reação das corporações, como o grupo Clarín, desatou uma campanha virulenta contra o governo acompanhada pela voracidade de uma oposição sem idéias, que busca unicamente golpear o governo e que tem todos os meios de comunicação à sua disposição, como a pitonisa que anuncia todo tipo de catástrofes. O artigo é de Adolfo Perez Esquivel.

A vida dos povos está submetida aos impactos ambientais, à contaminação auditiva e visual da palavra e das idéias, que impõem o monocultivo das mentes. Os avanços tecnológicos são utilizados muitas vezes para o controle dos meios de comunicação e, assim, para o condicionamento e a manipulação dos povos. Nenhum meio informativo é asséptico, mas deve basear-se na ética e em valores a serviço dos povos e não para se servir dos mesmos.

Uma das grandes conquistas das lutas sociais foi a liberdade de imprensa, o direito de informar e ser informado, mas os grandes monopólios econômicos, ideológicos e políticos que controlam os meios de informação mataram a liberdade de imprensa e querem confundi-la e reduzi-la à liberdade de empresa, duas expressões que não são sinônimas. (Texto Completo)

http://glaucocortez.files.wordpress.com/2010/09/capas-carta-capita-e-veja.jpg

Das duas matérias, uma delas teve total repercussão na mídia nos últimos dias. Fácil de imaginar qual delas quando se pensa no modelo de comunicação que toma conta do país: a reportagem da primorosa e limpa revista Veja.
Sobre a denúncia contra a filha de Serra publicada na Carta Capital, nem uma linha nos principais jornais, nenhuma chamada nos telejornais da Rede Globo. Nada! É como se ela nem existisse! Assim age a mídia brasileira!


Essa atitude da velha mídia só ajuda a perceber claramente quem ela é. Repercutir a matéria de uma revista que já provou de inúmeras formas não saber nada do que seja um jornalismo de fato, inventando coisas, distorcendo ou armando entrevistas, criando fontes que não existem, muito menos se reconhecem nas páginas da revista, tudo isso sem o menor escrúpulo ou pudor; é a mesma coisa que se associar a esse tipo de jornalismo, reconhecendo ser essa a comunicação válida no nosso país!

Agora, uma revista como a Carta Capital não merece uma linha desses veículos. De fato, ela não tem nenhuma credibilidade, os jornalistas que escrevem são péssimos, suas denúncias não devem ser levadas em consideração. Ela não passa de uma reunião de socialistas ressentidos que fazem campanha para o PT, e por aí vai o discurso conservador….

Ainda bem que a velha mídia pensa assim. Sinal de que o jornalismo da Carta Capital em nada se parece com o pseudo-jornalismo feito nesses veículos! Apenas é triste pensar que a maioria das pessoas se informa por essa grande e velha mídia, ou melhor, se desinforma, pois do público é tirado o legítimo direito de conhecer os dois lados da questão e a partir daí tirar suas próprias conclusões! Aula básica de qualquer manual de jornalismo!

A Velha Mídia reproduz o discurso mais fajuto do Brasil, mas o pior nem é isso. Até aí nenhuma surpresa. O mais grave é sentir que a realidade chega cada vez menos à maioria das pessoas e que o que se gesta com tudo isso é uma censura da informação contrária aos ideais conservadores da velha mídia. Ou seja, em última instância, o que se tem é uma ditadura da informação, uma imprensa que se acha munida de todo arsenal para fabricar o real e alienar corações e mentes a seu bel-prazer. É a reprodução do pior dos autoritarismos, com a diferença de que agora, as vozes da verdade se multiplicam em plataformas que não podem ser controladas! Felizmente, o mundo não é mais o mesmo…

Velha mídia ignora denúncia envolvendo filha de Serra
Rede Brasil Atual
*educaçãopolítica

A IMPRENSA BRASILEIRA AGE COMO UMA MÁFIA.É UMA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA TRAVESTIDA DE ARAUTO DA DEMOCRACIA

TODAS ESSAS EMPRESAS QUE FORMAM A ORGANIZAÇÃO TERRORISTA IMPRENSA CORRUPTA , GOLPISTA E RACISTA BRASILEIRA , SE QUISEREM SE REDIMIR VENHAM A PÚBLICO E DIGAM SEM DEIXAR DÚVIDAS : "EU QUERO ELEGER JOSÉ SERRA PRESIDENTE".
NÓS NÃO VAMOS NEM PERGUNTAR OS MOTIVOS E CONTINUAREMOS A VOTAR EM DILMA ROUSSEFF , MAS AGORA COM A CERTEZA DE QUEM SÃO NOSSOS INIMIGOS. ALGUNS DIRÃO , NÃO SÃO INIMIGOS , SÃO ADVERSÁRIOS , MAS ISSO SÓ SERIA VERDADE SE ELES AGISSEM DEMOCRATICAMENTE.

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