Irene
Barco Irene tem entre tripulantes um sobrevivente do holocausto
A Marinha israelense interceptou nesta terça-feira o barco Irene, tripulado pelo grupo Judeus por Justiça para os Palestinos, que pretendia chegar à Faixa de Gaza em um protesto contra o bloqueio à população palestina do território.
O barco, que zarpou de Chipre no domingo, deveria chegar nesta terça-feira às águas territoriais da Faixa de Gaza, mas foi conduzido pelas forças israelenses até o porto de Ashdod, ao norte do território palestino.
acordo com o porta-voz do Exército israelense, durante a invasão do barco "não houve qualquer ato de violência, nem por parte dos militares nem por parte dos viajantes que estavam a bordo".
Os dez viajantes e tripulantes foram presos e levados para serem interrogados pelas autoridades israelenses. Todos são judeus – cinco deles têm cidadania israelense e os outros cinco são europeus e americanos.
Os cinco israelenses foram entregues à policia local, e os viajantes de cidadania estrangeira serão interrogados pelo departamento de imigrantes ilegais do Ministério do Interior.
Parentes dos detidos se manifestaram no porto de Ashdod exigindo a libertação imediata dos viajantes do Irene.
De acordo com a advogada dos ativistas, Smadar Ben Natan, todos deverão ser libertados após o interrogatório.
Sobrevivente do Holocausto
Segundo os passageiros, um dos objetivos da ação era demonstrar que "não são todos os judeus do mundo que apoiam a política do governo de Israel em relação aos palestinos".
Richard Cooper, cidadão britânico que estava no barco, diz que o grupo realizou uma "ação simbólica e não violenta, de protesto e solidariedade".
A embarcação, de bandeira britânica, levava uma carga de próteses ortopédicas, redes de pesca, instrumentos musicais e brinquedos para a população de Gaza.
Um dos ativistas era o sobrevivente do Holocausto Reuven Moskovitz, de 82 anos.
"Como sobrevivente do Holocausto, o protesto contra a opressão em Gaza é uma missão sagrada para mim", disse ele.
Outro viajante é Rami Elhanan, cidadão israelense que perdeu sua filha, Smadar, em um atentado suicida cometido pelo Hamas em 1997, em Jerusalém.
"Queremos protestar contra o bloqueio desumano a 1,5 milhão de pessoas na Faixa de Gaza", disse Elhanan.
O barco Irene surpreendeu as autoridades israelenses, que, de acordo com a imprensa local, não estavam cientes dos planos do grupo.
De acordo com o governo israelense, o objetivo do bloqueio à Faixa de Gaza é impedir a entrada de armas que poderiam ser usadas pelo Hamas, que controla a região, para atacar Israel.
*GilsonSampaio
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