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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, setembro 22, 2010

José Serra não sairá dessa campanha apenas menor do que entrou. Sairá escorraçado como um vira-latas, junto com seus rottweillers.






Serra usa rottweillers. Tática de vira-latas?

Alô procuradora-eleitoral Sandra Cureau!

A senhora conhece o artigo 51, Inciso IV, da Lei 9504, que regula a propaganda eleitoral?

Pois ele expressa que “na veiculação das inserções é vedada a utilização de gravações externas, montagens ou trucagens, computação gráfica, desenhos animados e efeitos especiais, e a veiculação de mensagens que possam degradar ou ridicularizar candidato, partido ou coligação.”

Pois é exatamente isso do que se vale a ofensiva terrorista tucana no seu desespero diante da derrota anunciada.

Na reta final da campanha, será o “terrorismo eleitoral” declarado, como classifica o próprio Estadão, usando uma série de vídeos de ataques à Dilma Rousseff preparados pelo marqueteiro Adriano Gehres, e que estão prontos para serem utilizados no programa eleitoral gratuito.

Os vídeos, aprovados por José Serra, se valem de todos os recursos proibidos em uma campanha eleitoral: montagem, trucagem e efeitos especiais para reforçar a agressividade do que pretendem disseminar para assustar a sociedade.

Em um dos vídeos, que já pode ser visto na internet e a esta altura certamente está sendo disseminado pelos brucutus da campanha serrista, a imagem sorridente de Dilma vai se transfigurando até assumir o rosto de José Dirceu. A voz grave, em off, narra: “Dilma foi escolhida a dedo pelo PT por um motivo muito simples: ela vai trazer de volta todos os petistas que foram cassados ou que renunciaram. Dilma vai trazer de volta inclusive aquele que o procurador-geral da República chamou de chefe da quadrilha. Você pode até escolher a Dilma, mas quem vai governar é o PT.”

Os outros vídeos seguem o mesmo nível baixo deste e um deles chega a usar um clone do presidente Lula segurando quatro cães rottweilers, como se fossem os radicais do PT. O texto diz que Lula soube segurá-los, “já a Dilma…”

O terrorismo eleitoral dos vídeos é o retrato de uma campanha derrotada, que abandonou qualquer princípio ético, e tenta manipular as pessoas pelo sentimento do medo. Não se trata de nenhuma novidade em se tratando de Serra. Em 2002, ele recorreu a um vídeo com Regina Duarte dizendo que tinha medo do que seria o país com Lula. O povo ignorou o temor da atriz e votou sem medo de ser feliz.

Como voltará a fazer agora, depois de oito anos gloriosos, em que viu suas condições de vida melhorarem sensivelmente.

José Serra não sairá dessa campanha apenas menor do que entrou. Sairá escorraçado como um vira-latas, junto com seus rottweillers.

*Tijolaço

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