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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, setembro 28, 2010

dos Amigos do Presidente Lula

A força da militância em São Paulo até debaixo de chuva

 

Lula: chega de governo tucano em SP, é preciso pensar grande

O presidente Lula, durante comício em São Paulo na noite de segunda-feira, pediu para o povo paulista eleger Aloizio Mercadante (PT), porque São Paulo precisa pensar grande, do tamanho do Brasil.

O presidente deu um exemplo de como o povo paulista pode pensar grande, tirando governantes com ideias submissas, como são os tucanos:

No seu governo, o presidente fez questão de fazer a maior capitalização do mundo, a da Petrobrás, em São Paulo, na Bolsa de São Paulo, e não na Bolsa de Nova York, nem de Londres, nem de Tóquio, como provavelmente um tucano faria.

E foi um sucesso, transformando a Bolsa de São Paulo na 2ª maior do mundo. É mais dinheiro na economia paulista e mais empregos no setor de serviços financeiros gerados aqui, em vez de ser nos países ricos que dominavam o mercado financeiro global.

"Nunca antes na história do planeta Terra houve uma capitalização como essa. E não foi nos Estados Unidos. Não foi na China. Foi no Brasil...

... Está na hora de colocar uma estrela para governar São Paulo. Precisamos eleger Mercadante. Quem tiver dúvida da competência do Mercadante, assista ao debate amanhã [hoje] na Rede Globo. Aquele que tiver vizinho tucano, ou que tenha medo do PT, convide esse vizinho para ver o debate em sua casa. Ofereça um cafezinho, para saber quem é melhor. Se é o Mercadante ou o adversário dele...

...Os tucanos governam aqui há mais de 20 anos e até agora a universidade pública paulista atende apenas a 96 mil alunos. Enquanto isso, o Prouni beneficia mais de 130 mil...

...Vamos eleger Mercadante por uma experiência diferente neste Estado. Se juntarmos os dois (Dilma e Mercadante) podemos ser também o Estado que melhor cuida do seu povo na área de educação", disse.

O presidente também disse que os tucanos acham que não tem pobre em São Paulo, porque eles só vivem "naquele palácio".

Lula pediu aos militantes entusiasmo para os últimos dias de campanha e anunciou uma agenda intensa até o domingo, que incluem um comício em São Bernardo do Campo na quinta-feira, e uma caminhada na sexta.

O presidente voltou a pedir votos a Aloizio Mercadante, Marta e Netinho, afirmando que "o tempo dos tucanos em São Paulo acabou".

 

Um comício numa segunda-feira, marcado por forte chuva, lotou o Sambódromo de São Paulo, com uma militância animada e emocionante.

Dá ou não dá para acreditar numa grande vitória de Dilma em São Paulo, e da arrancada de Mercadante para desbancar Alckmin?

Mercadante (PT) fez um discurso empolgado, como os demais candidatos:

“Essa militância é o patrimônio do nosso projeto. Eles (PSDB) podem ter mais tempo de TV, mais dinheiro e mais poder na imprensa, mas nunca vão comprar a garra, a dignidade de vocês.” Para ele, se a crise financeira internacional foi, por aqui, uma marolinha, a vitória petista no Brasil será um tsunami.

A plateia puxou o coro "Lula, guerreiro do povo brasileiro" e ainda desfraldou uma bandeira gigante com a frase "Valeu, companheiro Lula", o que levou o presidente a ficar emocionado e dizer que ele é quem tinha que agradecer ao povo.

Daniela Lima, de 25 anos, queria entregar a Lula uma faixa dizendo que era sua fã e que admirava suas conquistas. “Nunca fui empolgada com política, mas te digo que o Lula é um cara que não desiste nunca. Estou muito feliz de presenciar esse momento. O que mais mudou foi o orgulho de ser brasileiro, a afirmação do brasileiro.”

Havia também críticas às ligações entre o tucano e a velha mídia. Faixas exibiam mensagens como “Folha mente” e outra, mais irônica, colocava “Quem? Quem? Quem? Veja. O que o povo pensa não erra. A cabeça dos brasileiros não precisa de Serra.”

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