Denúncia da Folha tem cheiro de picaretagem
Assim como aconteceu com a denúncia da Veja sobre existência de lobby na Casa Civil, a matéria da Folha de S.Paulo, na mesma linha, já começou a ser derrubada. O BNDES, envolvido na misteriosa trama, emitiu um comunicado oficial, no qual revela que o projeto apresentado pela EDRB era uma piada. O valor solicitado era menos do que um terço do divulgado pela Folha e mesmo assim foi rejeitado por razões muito simples: o montante era incompatível com o porte da empresa, não foram oferecidas garantias e não havia sequer local para a instalação do empreendimento, um parque de energia solar.
Comunicado do BNDES
Em função de reportagem publicada na edição desta quinta-feira, 16 de setembro, do jornal Folha de S. Paulo, o BNDES vem a público declarar que:
Repudiamos a insinuação de que o Banco poderia estar envolvido em um suposto esquema de favorecimento para a obtenção de empréstimos junto à instituição e consideramos que a tese demonstra um total desconhecimento quanto ao funcionamento do BNDES. O projeto em questão foi rejeitado pelo Comitê de Enquadramento e Crédito do BNDES, órgão interno do Banco, formado por seus superintendentes. A aprovação por esse colegiado é condição básica e necessária para que qualquer pedido de apoio financeiro seja encaminhado para análise.
Na reunião semanal do Comitê ocorrida em 29 de março deste ano — e na qual o projeto em questão foi apenas um dos itens discutidos —, o pedido foi negado. A decisão foi tomada pelos 14 superintendentes presentes à reunião, todos funcionários de carreira da instituição.
O projeto da EDRB foi encaminhado ao BNDES por meio de carta-consulta, solicitando R$ 2,25 bilhões (e não R$ 9 bilhões como afirma a reportagem) para a construção de um parque de energia solar. O BNDES considerou que o montante solicitado era incompatível com o porte da referida empresa. Além disso, a companhia não apresentou garantias e não havia local definido para a instalação do empreendimento (essencial para o licenciamento ambiental), não atendendo, portanto, a pré-requisitos básicos para a concessão do crédito.
Qualquer aprovação de financiamento pelo BNDES passa por um processo de análise que envolve mais de 30 técnicos de carreira da instituição, além da consulta à Diretoria do Banco. Esse rigor técnico tem como consequência um índice de inadimplência de 0,2%, muito inferior à média do sistema financeiro brasileiro, público e privado.
*Tijolaço
A República nas mãos de um ex-presidiário extorsionista?
As supostas mensagens do ex-presidiário Ruben Quicoli divulgadas hoje em O Globo e na Folha deixam absolutamente claro que o caso, mais do que qualquer tentativa de tráfico de influência – que, é óbvio, não se consumou quando o BNDES jogou no lixo o pedido de financiamento da tal empresa EDRB – estamos tiante de um caso de tentativa de extorsão.
Tenha ou não havido intenção de servidores comissionados de influir em negócios com uma determinada empresa, o que se lê ali é a confissão de que este homem, que virou fonte de “verdades” para os grandes jornais e para a Rede Globo, exerce as pressões mais vis para obter vantagens, seja num negócio escuso que se estaria tentando – e que não se consumou, nem passou perto disso – seja para servir-se destes “documentos” para, quem sabe, “vender o escândalo” a algum interessado.
Este homem tem de ser chamado imediatamente a depor. O Ministério Público tem de pedir imediata apreensão de seus computadores e a quebra de seu sigilo bancário e da correspondência eletrônica que trocava. É indispensável saber com quem ele se correspondia, dentro e fora do Governo.
O cara faz evidentes ameaças – procedentes ou não, pouco importa – e isso não pode ser tratado com a leviandade que está sendo. O que está acontecendo é inacreditável: ninguém questiona a ação de um sujeitinho de quinta categoria e publicam tudo o que ele diz, irresponsavelmente.
A quebra de sigilos, que não colou, agora se vê, com a confissão da funcionária está na Folha, mas não na internet – revelou-se um simples caso de corrupção de quinta categoria, com sua declaração de que recebia, depoistados em sua conta, “agrados” de R$ 50 a R$100 de diversos contadores. É isso o “grave escândalo que vai mudar o processo eleitoral”.
Se a grande imprensa quer deixar que o destino deste país seja decidido com a ajuda de um desclassificado destes, é sinal de sua própria degradação. Mas o Ministério Público, o Dr. Gurgel que tão pressuroso se mostra em avaliar a gravidade do caso, está na obrigação de pedir estas medidas, e já. Este cidadão tem de ser conduzido a depor imediatamente. O tipo de fotografia que ele merece não são as que elegantemente os jornais publicam, mas aquelas outras, que tem número e identificação da dependência policial que as registrou.
Ou o Ministério Público acredita que possa ser institucional esta espécie de “Tribunal da Mídia”?
*Tijolaço
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