Irã: a hora de ObamaFalta menos de uma semana para o dia 9 de setembro, quando vence o prazo fixado pela resolução do Conselho de Segurança da ONU para que o Irã cumpra com as novas sanções. A partir dessa data, os navios de guerra iranianos devem permitir sua inspeção pelos EUA, Israel e outros dispostos a aderir a essa aventura. Com esse propósito, uma importante força naval norte-americana foi despachada até o Golfo Pérsico.Por Ángel Guerra Cabrera [03 de setembro de 2010 - 09h22] Falta menos de uma semana para o dia 9 de setembro, quando vence o prazo fixado pela resolução do Conselho de Segurança da ONU para que o Irã cumpra com as novas sanções, arbitrárias e injustamente impostas, como sempre. A partir dessa data, os navios de guerra iranianos – seguindo a resolução – devem permitir sua inspeção pelos EUA, Israel e outros dispostos a aderir a essa aventura. Com esse propósito, uma importante força naval norte-americana foi despachada até o Golfo Pérsico, acompanhada por unidades de superficie e submarinas de Israel, deslocadas à costa iraniana desde o início de agosto. O Irã não aceita a humilhação à sua soberania. O país reiterou que impedirá a tentativa de abordagem aos seus barcos pelas frotas enviadas ao Golfo Pérsico. A menos que receba uma orden contrária, ficaria com uma única alternativa: a de tentar pela força. Se não houver tal ordem, seguindo a lógica exposta por Fidel Castro, não é difícil imaginar o bombardeio que se desataria em todas as direções quando as embarcações iranianas se negassem a serem abordadas. É impossível também calcular o número de aeronaves que seriam afundadas rapidamente. Insiste-se, por certo, nos núcleos de inteligência, que os porta-aviões de Washington seriam enormemente vulneráveis ao ataque de centenas de lanchas rápidas “lança-mísseis” dos guardiões da Revolução iranianos. O certo é que são ampliadas todos os dias as notícias e opiniões que falam de uma situação explosiva limite no Oriente Médio, devido duplamente à ameaça de um iminente ataque ao Irã e também ao temor que não só Israel como também governos árabes aliados dos Estados Unidos, como a monarquia saudita, dizem temer um Irã nuclear. Segundo Victor Kosev, especialista do Asian Times, os nervos estão à flor da pele até o limite devido à escalada militar no Oriente Médio. No mesmo tom, Ayad Alawi, veterano dos serviços secretos ocidentais e ex ministro do Irã no início da ocupação, se expressou à revista alemã Der Spiegel: “Cada esquina da região está temerosa. Inclusive os EUA e o Irã”. Nos dirigimos a uma situação comprarável com a crise cubana de 1962. Cada um deveria fazer o impossível para prevenir as tensões . Alawi é um dos políticos mais influentes do Iraque, e afirma que será o próximo primeiro-ministro, um homem que conhece bem a região. Ainda que se oponha a um Irã nuclear, luta pelo diálogo com Teerã. Argumenta que os iranianos são gente lógica e que é preciso descobrir onde estão os seus temores. Quando perguntando se a guerra explodirá por conta do programa nuclear do Irã, responde que existe uma alta possibilidade. De pólos ideológicos e políticos diferentes, às vezes antagônicos, políticos e analistas experientes como Alawi coincidem na alta explosividade da situação no Oriente Médio. Por exemplo o acadêmico de esquerda Michel Chossudovsky, o jornalista pró-Israel Jeffrey Goldberg e o líder revolucionário Fidel Castro, autor de uma de suas mais recentes reflexões “238 razões para estar preocupado”, dias depois que apareceu no site da revista The Atlantic o artigo de Goldberg “O ponto de retorno”, em referência ao momento em que, segundo ele, é muito provável que Israel se adiante aos EUA em atacar o Irã. Mas o mais grave é que, segundo Chossudovsky, profundo conhecedor dos temas militares, Estados Unidos e Israel preveem utilizar armas nucleares contra o Irã, opinião que coincide com a de Fidel Castro, de quem o melhor testemunho de sua maestria política e militar é sua ação invencível na guerra revolucionária de libertação, a sobrevivência de Cuba por mais de meio século sob ameaça dos Estados Unidos e o êxito das armas cubanas em solidariedade com os povos da África. Fidel não recua – afirma Carmen Lira, em entrevista concedida ao La Jornada pelo líder cubano -: nada nem ninguém é capaz de freá-lo. Ele necesita convencer para assim deter a conflagração nuclear que – insiste – ameaça acabar com a maior parte da humanidade. Temos que mobilizar o mundo para persuadir Barack Obama, presidente dos Estados Unidos, a evitar a guerra nuclear. Ele é o único que pode ou não apertar o botão. Publicado por La Jornada. Artigo original em http://www.jornada.unam.mx/2010/09/02/index.php?section=mundo&article=030a1mun. Tradução André Rossi. Blair é recebido a sapatadas em DublinO ex-primeiro ministro britânico Tony Blair foi recebido a ovos e sapatadas por manifestantes em Dublin, onde esteve para a primeira sessão de autógrafos de seu livro de memórias, A Journey (Uma jornada), no qual afirma que não se arrepende de ter levado a Grã Bretanha a entrar na Guerra do Iraque, em 2003. Certa vez, um jornalista inglês conhecido de uns amigos perguntou a um grupo de brasileiros quem consideravam pior, George W. Bush ou Tony Blair. Diante das respostas majoritárias para o ex-presidente norte-americano, disse que Blair era muito pior, pois ao contrário de Bush Júnior, que queria completar o trabalho do pai e entregar o Iraque às empresas dos Estados Unidos, Blair não fazia mais que o papel de linha auxiliar da aventura americana. Blair endossou a falácia das armas de destruição em massa do Iraque e centenas de militares britânicos morreram na ocupação do país. A guerra foi e continua sendo muito mais cruel para a população iraquiana. Em sete anos de conflito foram mais de 100 mil civis mortos. Blair diz no seu livro que não poderia antecipar o desastre em que transformaria a guerra no Iraque, mas suas lágrimas de crocodilo não comoveram os irlandeses, que o chamaram de criminoso de guerra, como conta a BBC no vídeo postado acima. *Tijolaço |
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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
sábado, setembro 04, 2010
Obama decide: Acaba ou não com o planeta?
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