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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, setembro 07, 2010

Paz

Festa multicolorida toma conta da Esplanada dos Ministérios

Especial 7 de SetembroA Esplanada dos Ministérios se transformou nesta terça-feira (7/9) numa grande passarela cívica em que 3.500 civis e militares desfilaram em comemoração ao Dia da Independência. Representantes de grupos culturais, estudantes, militares das missões brasileiras de paz no exterior, veteranos de guerra, paraquedistas, fuzileiros navais e policiais militares, entre muitos outros, fizeram a festa do público que lotou a Esplanada dos Ministérios. No total, o desfile deste ano contou com 107 viaturas, 50 motocicletas e 250 cavalos, além de dezenas de aeronaves (aviões e helicópteros), como as 28 da Esquadrilha da Fumaça.

Cerca de 35 mil pessoas acompanharam hoje as três horas de desfile, com a festa começando pouco antes das 9 horas, com o presidente Lula e a primeira-dama Marisa Letícia chegando à Esplanada no Rolls-Royce presidencial. O presidente autorizou o início do desfile e a Esquadrilha da Fumaça logo atraiu os olhares das pessoas para o céu, onde deixou registrada as cores da bandeira brasileira em desenhos feitos com fumaça.

Além do presidente Lula e a primeira-dama Marisa Letícia, participaram da festa os ministros Nelson Jobim (Defesa), Luiz Paulo Barreto (Justiça) e Celso Amorim (Relações Exteriores), além do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cesar Peluso, e o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer.

Infográfico: Thiago Melo

Confira as imagens do desfile de 7 de Setembro deste ano na Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF). Foi o último do presidente Lula, que em 2011 já não ocupará o cargo.

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