Amigo de Alckmin terá de devolver R$ 1,5 mihão
Fernando Porfírio _247 – O presidente da Fundação para o Desenvolvimento
da Educação (FDE), José Bernardo Ortiz, foi condenado a devolver ao
erário público R$ 1,54 milhão. O valor é referente à indenização por
conta de um contrato considerado irregular por falta de licitação. Ortiz
autorizou, em março de 2002, quando era prefeito de Taubaté, no
interior de São Paulo, a contratação da Armco Staco Indústria
Metalúrgica. A empresa forneceu tubos de aço corrugados para a
canalização de córregos do município.
A decisão, por votação unânime, é da 7ª Câmara de Direito Público do
Tribunal de Justiça de São Paulo, que reformou sentença de primeiro grau
favorável a Ortiz. O juiz de Taubaté julgou improcedente a ação civil
proposta pelo Ministério Público paulista. A indenização, de acordo com a
corte paulista, deve ser solidária, atingindo o ex-prefeito de Taubaté e
a empresa Armco Staco. Á defesa vai recorrer da decisão.
No entendimento do relator, desembargador Magalhães Coelho, não há
dúvida de que o ex-prefeito de Taubaté praticou ato de improbidade
administrativa. Para o relator, sob a justificativa de falta de
exigência de licitação, Ortiz realizou contratação direta, deixando de
atender requisitos legais e constitucionais.
“Deixou ainda de considerar a existência de outras empresas fornecedoras
de tubos passíveis de serem utilizados na canalização dos córregos
municipais”, completou Magalhães Coelho.
O valor do contrato, na época, foi de R$ 817.592,12. Em sua defesa, o
então prefeito alegou que não seria exigível a licitação para
contratação de serviço de fornecimento de tubos de aço. O Ministério
Público paulista, autor da ação contra Ortiz, alegou que o contrato, sem
o devido processo de licitação, era irregular, pois contrário aos
princípios inerentes à Administração Pública.
O relator do recurso, desembargador Magalhães Coelho, entendeu que, no
caso, não ficou comprovado por meio de estudos técnicos, a escolha do
material adquirido, o que demonstrou que a contratação se de “de forma
irregular” ao impedir a melhor prestação de serviço de acordo com o
interesse público.
Em seu voto, o desembargador Magalhães Coelho, relator, reconheceu a
nulidade do contrato pautado em inexigibilidade de licitação e condenou
Ortiz e a empresa Armco Staco S.A. Indústria Metalúrgica a ressarcirem,
solidariamente, o erário público, pelo valor total da contratação,
corrigido desde o efetivo pagamento e aplicação de juros de mora desde a
citação.
Ortiz foi prefeito de Taubaté por três vezes. Em janeiro do ano passado,
foi nomeado pelo governador Geraldo Alckmin para ocupar a presidência
da FDE. A Fundação, com orçamento de R$ 3 bilhões, é vinculada à
Secretaria da Educação.
*oterrordonordeste
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