Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, fevereiro 14, 2012

Bispo Macedo enfrenta 'demônio' da Igreja Mundial, que lhe toma fieis, bispos e grana



A guerra da Record contra a Globo está agora em um segundo plano para o bispo Edir Macedo, fundador e principal nome da Igreja Universal, dona da Rede Record.
Quem mobiliza todas as forças de Macedo no momento é seu principal antagonista, o bispo Valdemiro Santiago de Oliveira, que foi da cúpula da Universal e de lá saiu (ou foi saído) em 1997, depois de 18 anos na igreja.
Líder da Universal, Edir Macedo publicou em seu site um vídeo onde fica escancarada a guerra contra Valdemiro (que Macedo chama de Valdomiro no vídeo), fundador da Igreja Mundial, uma Universal B (como a Record é uma Globo B), mas que já conta com 1400 igrejas, e tem tomado fieis, pastores e bispos da Universal. E junto com esses, dinheiro que eles levam, conseguem, arrecadam.
A Igreja Mundial é aquela que conseguiu parar a Dutra recentemente, quando inaugurou sua sede em Guarulhos, mesmo contra ordem judicial.
A Universal está sentindo o baque nas finanças. A grana que corria solta para novos projetos na Record recebeu um freio de arrumação. O grupo anunciou que vai desativar a Line Records (a Som Livre da Record).
O desespero do bispo Macedo com o crescimento da rival é tanto, que ele não se faz de rogado e "expulsa o demônio" de uma fiel. Esse "demônio" (confira no vídeo) afirma que Valdemiro é seu servo e que só teme a Universal de Macedo, porque ali o demônio não tem vez.
Não tenho o conhecimento que Macedo tem de seu público, mas acho o vídeo primário e a encenação (desculpem-me os que acreditam, mas é o que me parece) primária.
Vamos ver se atinge o alvo.
Por sua vez, a Globo há pouco fez um festival evangélico, não apenas visando o imenso número de fieis, mas o fortalecimento dos adversários de Edir Macedo. (Parêntesis: em fevereiro de 2009 a Igreja Mundial arrendou a Rádio Mundial, das Organizações Globo).
Curioso é o título que Macedo colocou no vídeo: "Aviso aos incautos". Afinal, o aviso tanto pode significar que ele pretende fazer um alerta para defender os incautos como, lapsus linguae, um alerta que só os atingirá...
No Blog do Mello
*comtextolivre



Nenhum comentário:

Postar um comentário