Agora Escarram Na Nossa Cara
Empresa do megainvestidor Naji Nahas ganha desconto
Foto: LUCAS LACAZ RUIZ/AGÊNCIA ESTADO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO REDUZ R$ 1,6 MILHÃO DA DÍVIDA QUE A SELECTA COMÉRCIO E INDÚSTRIA S/A, DONA DO POLÊMICO TERRENO DE PINHEIRINHO, CONTRAIU JUNTO À PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS POR NÃO PAGAMENTO DE IPTU
Fernando Porfírio _247 -
Aos amigos sempre um empurrão, aos inimigos a lei e, se for preciso, a
força, por meio de cassetetes, tiros e bombas. Em decisão mais recente o
Tribunal de Justiça comprovou a validade da sabedoria popular. A corte
paulista resolveu dar uma “colher de chá” para a massa falida da Selecta
Comércio e Indústria S/A – empresa do megainvestidor Naji Nahas – e
dona terreno que abrigava a comunidade do Pinheirinho.
A
corte paulista decidiu dar um “bombom” para adocicar a vida dos
credores de Nahas que devem estar em situação muito difícil: reduziu R$
1,6 milhão da dívida que a empresa contraiu junto à prefeitura de São
José dos Campos por não pagamento de IPTU (Imposto Predial Territorial
Urbano). Mau pagador merece um perdão.
A
dívida total da massa falida com a prefeitura é de R$ 14,6 milhões. O
valor abatido refere-se ao IPTU de 2004 e 2005. Os advogados da Selecta,
empresa do investidor Naji Nahas, entraram com ação em 2006 solicitando
alteração da alíquota de cobrança do imposto nos dois anos.
Com
a decisão favorável, a Selecta conseguiu reduzir R$ 777 mil do IPTU em
2004 e R$ 835 mil em 2005. A decisão, de segunda instância, foi do juiz
José Henrique Fortes Júnior, da 15ª Câmara de Direito Público do
Tribunal de Justiça de São Paulo, e ocorreu na última sexta-feira (28),
seis dias após a reintegração do terreno.
A
Prefeitura de São José afirmou que já recorreu de decisão. A vitória da
Selecta na Justiça abre precedente para a massa falida pedir redução da
alíquota do IPTU também nos anos seguintes, o que reduziria
sensivelmente as dívidas da massa falida com o terreno do Pinheirinho.
Nahas
foi preso em 2008 durante a operação Satiagraha, acusado pela Polícia
Federal de cometer crimes no mercado financeiro. Em 1989, o investidor
foi apontado como o responsável pela quebra da bolsa do Rio de Janeiro,
ao comprar e vender ações para si mesmo, utilizando laranjas, para
controlar os preços do mercado.
Maus tratos de animais
Nesta
sexta-feira (3), o Ministério Público paulista mandou abrir inquérito
no 2º Distrito Policial de São José dos Campos. O inusitado na
determinação do MP é que a investigação não é para saber as
consequências da ação policial contra os moradores, mas para apurar e
definir responsabilidades sobre supostos crimes de abuso e maus tratos a
animais ocorridos por ocasião da reintegração de posse na comunidade do
Pinheirinho, no dia 15 de janeiro.
De
acordo com notícias veiculadas pela Agência de Noticias sobre Direitos
Animais, durante a operação de reintegração de posse executores da
medida judicial teriam disparado balas de borracha e usado
retroescavadeiras sobre animais domésticos, conduta que caracteriza
crime.
*AmoralNAto
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