Marcha Contra o RACISMO, a Higienização Sócio Racial e a Criminalização da Pobreza
DIA 11 DE FEVEREIRO
SÁBADO
Concentração às 14h
Praça do Metro Santa Cecília - SP
O Estado, racista, oprime a todos nós!
“Quantas guerras vou ter que vencer por um pouco de paz?”
Basta de racismo, “higienização” sócio-racial e criminalização da pobreza
Passados
124 anos da abolição da escravidão, a população negra continua sendo o
alvo preferencial da violência do Estado e das elites brasileiras. Seja
através das ações diretas do Estado, como a Polícia Militar, ou no
cotidiano das relações sociais, o racismo segue como importante
dinamizador da opressão e da barbárie no Brasil.
No
curto período de 45 dias, em plena “virada de ano”, assistimos
situações que não deixam dúvidas de que o racismo permeia e motiva ações
de violência e desrespeitos à dignidade e aos direitos humanos da
população.
Racismo em todos os cantos
No início de dezembro, todos souberam do caso de Ester Elisa da Silva Cesário, negra, de 19 anos, que trabalhava como estagiária no colégio Internacional Anhembi Morumbi a
té que sua chefe exigiu que ela alisasse o cabelo para permanecer no emprego. Pouco depois, um menino etíope, de seis anos, foi jogado para fora do restaurante Nonno Paolo ao ser “confundido” com uma criança de rua.
Já no início do ano, soubemos da lamentável história do jovem negro Michel Silveira,
que foi preso de forma irregular, ficando dois meses encarcerado,
acusado injustamente por um assalto, apesar de várias testemunhas
comprovarem que, na hora do roubo, ele estava no seu local de trabalho.
No mesmo período, as imagens de outro jovem negro, Nicolas Barretos,
sendo agredido por um policial militar racista, dentro da USP, ganharam
as redes sociais expondo algo que há se sabe: a USP quer se manter como
um espaço da elite (ou seja, branco). E para tal, inclusive, esta
ameaçando de fechamento a principal entidade de combate ao racismo no
seu interior: o Núcleo de Consciência Negra.
Cracolândia, Moinho, Pinheirinho: o racismo também esteve lá!
Enquanto
isso, no centro da cidade, a Favela do Moinho “pegou fogo” e as 500
famílias foram jogadas a sua própria sorte. E bem perto dali, na
“Cracolândia”, a prefeitura e o governo do Estado, ao invés de tratarem a
dependência química como um problema social e de saúde, investiram na
repressão e em sucessivos ataques, causando apenas, como eles próprios
denominaram a operação, “dor e sofrimento”.
A mesma dor e sofrimento que foram enfrentados no Pinheirinho, em São
José dos Campos, onde, depois de 8 anos de luta, seis mil pessoas viram
seus sonhos e casas destruídos, pelo governador Alckmin e o prefeito da
cidade apenas para beneficiar um corrupto confesso, Naji Nahas.
E
não há dúvidas que o racismo também marcou estas histórias, como
sempre, lado a lado com a exploração econômica e a marginalização
social. Afinal, não há nenhuma dúvida sobre a “cor” da maioria dos
homens e mulheres que viviam nestas comunidades: negros e negras.
Estado racista e opressor!
Lamentavelmente,
o Brasil é um país onde cabelo liso é padrão estético e corporativo;
pobreza é crime e problemas que deveriam ser tratados por médicos viram
caso “de polícia”. Este é um país onde ser negro e pobre é passível de
“punição”, prisão e morte. No entanto, nada acontece com o colégio que
discriminou
nem com o restaurante que humilhou nem com o delegado que prendeu sem
provas ou com o PM que atacou o estudante. Muito menos com quem ateou
fogo ao Moinho, decidiu “dedetizar a luz”, tratando gente como ratos, ou
esteve à frente da tropa que invadiu o Pinheirinho.
Nada
acontece, porque a impunidade, a “justiça” e as autoridades do Estado
estão do lado destes “senhores”, para garantir seus privilégios. O
racismo brasileiro é isso: assassinato direto e indireto, maus tratos,
falta de políticas públicas, desleixo, naturalização da desgraça,
criminalização da pobreza.
Em
todos os casos, em uma ponta, oprimindo e explorando, estão o Estado,
os governos, a polícia, o judiciário, os interesses dos ricos e a
manutenção de normas e padrões contrários ao povo. Na outra ponta, estão
os pobres, a classe trabalhadora, as estagiárias, os agentes de saúde,
os estudantes, os dependentes químicos, os sem teto, as mulheres
vitimadas pelo machismo ou gays, lésbicas, bissexuais e travestis (LGBT)
que sofrem com a homofobia.
Uma multidão de explorados e oprimidos que, num país como nosso, é inegavelmente, de maioria negra.
Basta!
Apesar
de muitos acreditarem na farsa de que vivemos numa democracia racial,
há 512 anos o racismo tem papel determinante na estrutura de dominação e
na prática da opressão no Brasil. É hora de reconhecer isto e ir à
luta.
É
hora de nos organizarmos, juntarmos forças com os demais setores
oprimidos e explorados, denunciarmos toda e qualquer atitude
discriminatória e, sobretudo combatermos o racismo.
Em
décadas de luta, fomos capazes de aprovar leis, criar organismos
institucionais e produzir pesquisas e estudos que deslegitimam o racismo
e punem sua prática. Mas, isto, contudo, ainda não foi suficiente para
que negras e negros conquistem os direitos e a liberdade que merecem.
Os
ataques recentes são provas de que racismo permanece ativo e operante.
Por isso, exigimos que o Estado brasileiro (em todos os seus níveis,
municipal, estadual e federal) e todos os que sejam coniventes e
cúmplices destas práticas sejam responsabilizados e punidos!
"O Racismo está aqui! Basta!!!
Nossas bandeiras:
Contra o genocídio da juventude negra.
Contra a homofobia.
Contra o machismo.
Contra o encarceramento em massa.
Contra a violência policial.
Contra as desapropriações no pinheirinho e em outros locais.
Organização: Comitê Contra o genocídio da população Negra - SP
Assinam:
Amparar (Assoc. de Amigos e Familiares de Presos/as)
Anastácia Livre
Centro Acadêmico de Ciências Sociais Florestan Fernandes (Uninove)
Centro de Resistência Negra
Círculo Palmarino
Coletivo AnarcoPunk SP
Coletivo Anti-Homofobia
CONEN
Consulta Popular
Empregafro
Força Ativa
Fórum Popular de Saúde
FORUM DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE DA SÉ
Anastácia Livre
Centro Acadêmico de Ciências Sociais Florestan Fernandes (Uninove)
Centro de Resistência Negra
Círculo Palmarino
Coletivo AnarcoPunk SP
Coletivo Anti-Homofobia
CONEN
Consulta Popular
Empregafro
Força Ativa
Fórum Popular de Saúde
FORUM DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE DA SÉ
Juventude Socialista
Levante Popular da Juventude
Levante Popular da Juventude
Mães de Maio
Movimento Negro Unificado (MNU),
Movimento Quilombo Raça e Classe,
MST
Movimento Negro Unificado (MNU),
Movimento Quilombo Raça e Classe,
MST
Núcleo de Consciência Negra na USP
Sarau da Brasa
Setorial LGBT da CSP-Conlutas
Sujeito Coletivo – USP
Tribunal Popular
UNEAFRO
UNEGRO
Sarau da Brasa
Setorial LGBT da CSP-Conlutas
Sujeito Coletivo – USP
Tribunal Popular
UNEAFRO
UNEGRO
CALENDÁRIO
09 de Fevereiro: Ato Contra o Racismo - Em frente ao Teatro municipal de SP - a partir das 12h Agitação Cultural - 18h Ato político
21 de Março (Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial): Ato de Protesto em várias regiões de SP.
13 de Maio de Luta: Denúncia da falsa abolição da escravidão dos negros no Brasil. Participe conosco dessa luta!
CONTATO:
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