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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, fevereiro 08, 2012

Obama "é um fascista por necessidade", diz Fidel Castro 

Agência AFP
O líder cubano Fidel Castro afirmou que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, é um "fascista por necessidade", e disse que Israel "faz o que tem vontade" porque tem um arsenal nuclear, em um vídeo divulgado nesta terça-feira pela televisão cubana.
O ex-presidente americano Franklin D. Roosevelt (1933-1945) "pelo menos era anti-hitlerista e essa gente é hitlerista, esses são fascistas, alguns por definição e outros por necessidade", disse Fidel sobre os líderes americanos, na apresentação de suas memórias Fidel Castro. Guerrilheiro do Tempo.
"Obama, eu diria, é um fascista por necessidade, porque não posso pensar que ele acredite de verdade que o fascismo é bom", completou Fidel, 85 anos, que deixou o poder em 2006 por razões de saúde.
"Os outros são fascistas por definição. E alguns são é loucos", completou Fidel, em sua primeira aparição pública desde abril de 2011, quando deixou a chefia do gabinete do Partido Comunista (único), em seu VI Congresso.
O livro, fruto de conversas com a jornalista cubana Katiuska Blanco, foi apresentado na última sexta-feira em um salão do Palácio das Convenções de Havana pelo ministro da Cultura, Abel Prieto, e pelo presidente da União de Escritores e Artistas, Miguel Barnet.
Fidel Castro, que respondeu perguntas do público na apresentação do livro, também atacou Israel. "Israel tem cerca de 300 projéteis nucleares, dos mais modernos, que podem ser colocados em qualquer lugar do mundo e, além disso, (Israel) faz o que tem vontade", disse.
Obama "é prisioneiro disso. São pessoas meio transtornadas, alguns dos que estão ali. Podem desatar uma guerra tranquilamente", completou.
*JB

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