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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, fevereiro 06, 2012

Renda de SP é a que menos cresce no Brasil




De 2003 a 2011 rendimento médio dos paulistas foi o que menos cresceu; maior expansão foi no Rio 
Luiz Guilherme Gerbelli, de O Estado de S. Paulo
A diferença entre o rendimento médio real dos trabalhadores da região metropolitana de São Paulo ante o resto do País está menor. De 2003 a 2011, o salário dos paulistas teve alta de 13,8% e foi o que menos cresceu entre as seis regiões metropolitanas pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com os números do instituto, a alta do rendimento de São Paulo foi quase nove pontos porcentuais inferior à verificada no total do País. Desde 2003, quando foi implementada a nova metodologia da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), o rendimento médio que mais cresceu foi o da região metropolitana do Rio de Janeiro (33,8%), seguida por Belo Horizonte (32,1%) e Salvador (30,9%).
A pulverização (?) do salário no País também tem sido influenciada pelo aumento do salário mínimo, que cresceu de R$ 240 para R$ 545 entre 2003 e 2011, e pelos programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, do governo federal. Esses dois fatores costumam ter mais influência em regiões economicamente ainda menos desenvolvidas, como Recife e Salvador.
Disputa
A redução entre os rendimentos das regiões deve criar uma disputa entre Rio e São Paulo pelo posto de "dono" do maior rendimento nos próximos anos. No ano passado, a diferença foi de apenas 0,6% ou R$ 10,87 a favor de São Paulo; em 2003, era de R$ 234,99. "Durante a década de 90, a gente observou um crescimento econômico muito baixo no Rio de Janeiro. Então, deve estar havendo uma recuperação dessa década bastante fraca", afirma Rafael Bacciotti, economista da Tendências Consultoria.
A recente recuperação econômica do Estado tem sido puxada sobretudo pelos projetos das empresas ligadas ao setor de petróleo e gás e pela demanda de investimento criada com a Copa do Mundo, de 2014, e Jogos Olímpicos, em 2016.

*esquerdopata

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