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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, outubro 15, 2012



Igrejas do Reino Unido vetam execução de 'Imagine' em funerais


Imagem do clip da música Imagine, de Lennon
Religiosos não gostam do trecho que
fala da inexistência do paraíso
Igrejas do Reino Unido estão proibindo a execução em funerais da canção de John Lennon Imagine por discordarem do verso “imagine que não exista paraíso”. A informação é da empresa Co-Op Funeral Care, que nos últimos 12 meses avaliou cerca de 30 mil serviços funerários.

O já então ex-beatle Lennon lançou a canção em em 1971 como parte do álbum também com o nome de
Image. Mais de 40 anos depois, a música permanece provocando polêmicas.

Em agosto deste ano, a TV estatal turca, ao transmitir a festa de encerramento dos Jogos Olímpicos de Londres, omitiu na tradução o trecho que fala em “um mundo sem religião”.


Na festa da virada de 2011 para 2012, em Nova Iorque, o cantor Cee Lo Green mudou esse trecho para “um mundo em que todas as religiões sejam verdadeiras”. Ele teve de enfrentar a ira de fãs de Lennon.


A Co-Op constatou também o banimento de outras músicas, como "Disco inferno", do The Trammps, e
Ball out of hell, do Meat Loaf. Para os religiosos, trata-se de música de "mau gosto".

A mais tocada é “My way”, de Frank Sinatra, que narra a trajetória de uma vida sem muitos arrependimentos.


"Imagine que não há paraíso"

Leia mais em http://www.paulopes.com.br/#ixzz29PPqdMyn
Paulopes

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