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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, dezembro 02, 2012

Israel deve instituir o apartheid nos meios de transportes


Por Ivanisa Teitelroit Martins
Israel irá criar linhas de ônibus específicas para palestinos
Moradores da Cisjordânia que trabalham legalmente no país não vão poder usar os mesmos veículos que judeus israeleses
Palestinos que trabalham legalmente em cidades israelenses, em breve, não poderão mais utilizar os mesmos ônibus que cidadãos do país. O Ministério de Transporte de Israel anunciou a criação de linhas de veículos específicas para os residentes da Cisjordânia que cobrem o trajeto de Tel Aviv até os postos de controle da fronteira com o território palestino.
No Opera Mundi - Da Efe (22/11/2012)

Soldados israelenses descansam em ponto de ônibus. Governo do país irá criar linha específica para palestinos

A decisão veio após crescentes reclamações de colonos judeus sobre a presença dos palestinos em ônibus públicos. Os colonos reclamam que a segurança está ameaçada pela presença dos palestinos, e exigem que eles sejam devidamente revistadas antes de embarcar no veículo.

De acordo com o plano, citado pelo site de notícias israelense Walla News, as linhas já existentes vão entrar diretamente nos assentamentos judeus na Cisjordânia sem a necessidade de parar nos postos de controle, onde embarcavam os palestinos. Enquanto isso, os novos ônibus terão de passar pela inspeção das Forças de Defesa de Israel no posto de Samaria, na fronteira com o território palestino. Os veículos vão partir nos horários de saída e entrada desses trabalhadores.

*Nassif

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