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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, fevereiro 14, 2013

O complô do narcotráfico e da CIA na América Latina 

 


Um novo documentário, feito a partir de denúncias veiculadas nos últimos meses, mostra a participação da CIA no tráfico internacional de drogas e o uso desse dinheiro para financiar as atividades não declaradas do braço da inteligência norte-americano, sob a proteção do governo chileno.
Entre outras revelações, o vídeo amplia as denúncias do ex-agente Fernando Ulloa, da Polícia de Investigação (PDI) sobre a entrada mensal de cerca de 300 kg de cocaína no Chile. Segundo ele, o carregamento é protegido por funcionários da própria polícia federal chilena, carabineiros e elementos das Forças Armadas.
Também aprofunda a informação divulgada pelo jornalista Patrício Mery, (link) ao mostrar os nomes e antecedentes completos dos envolvidos na denúncia do complô para desestabilizar o governo de Rafael Correa em 2010, utilizando recursos do narcotráfico.
O documentário mostra o vínculo entre as mortes do soldado Fabian Vega e do portenho Néstor Madariaga Juantok, com rede de contrabando de anos anteriores. E também denuncia o delegado Luis Carreño Lohn, da PDI e o ex-oficial do exército, José Miguel Pizarro , como ativos agentes da CIA no Chile.
Lembrando o escândalos Irã-Contras, o documentário traz o testemunho do norte-americano Ivã Barambyka, ex-colaborador da CIA na América central. Ele assegura ter traficado cocaína nos anos 80 junto com o filho mais velho do general Pinochet, Marco Antônio Pinochet, com o respaldo da Direção Nacional de Inteligência (CNI) e do exército chileno.
O documentário enfim, cobra explicações do governo de Sebastião Piñera sobre as graves denúncias do ex-inspetor Ulloa, que está refugiado na Embaixada do Equador no Chile, depois de ter recebido ameaças de morte por parte da Brigada de Inteligência das Polícias Especiais (BIPE) da Polícia de Investigação.
Assista: 

*Tecedora

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