Relações do presidente do Supremo Tribunal Federal com a Globo e a estreita amizade de Luciano Huck com políticos expõe a faceta atual do modelo de comunicação no Brasil
Márcio Zonta
Da Redação - Brasil de Fato
O padrão Globo de
atuar nos bastidores não se refere apenas aos favores dos coronéis da
ditadura. Nos tempos atuais, a emissora tem elegido outras
personalidades, principalmente para legitimar sua raiva contra alguns
governos de viés mais populares. O presidente do Supremo Tribunal
Federal (STF) Joaquim Barbosa, propagado pela imprensa hegemônica,
sobretudo da Rede Globo, como modelo de ética no Brasil contemporâneo, seria uma dessas personalidades escolhidas.
Em março
passado o presidente do STF foi premiado pelo jornal O Globo como
Personalidade do Ano. Em maio, Joaquim Barbosa usou dinheiro público
para custear passagens aéreas de um jornalista do mesmo periódico para
cobrir sua apresentação em um seminário sobre liberdade de imprensa, na
Costa Rica.
As relações persistiram entre Barbosa e a Globo.
No dia 2 de junho, acompanhado de seu filho Felipe Barbosa, o
magistrado assistiu ao jogo Brasil x Inglaterra, no Maracanã, no
camarote de Luciano Huck, apresentador global. Recentemente, a emissora
admitiu que contratou Felipe para ser seu funcionário, embora tenha
negado o fato em diversas ocasiões.
O incrível Huck
Felipe
trabalha exatamente no programa de Luciano Huck, figura global bastante
conhecida e admirada entre políticos da direita brasileira. Amigo do
governador Sérgio Cabral e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso,
Huck já foi cogitado para disputar o cargo de governador do Rio de
Janeiro pelo PSDB, além de participar de diversas reuniões do PMDB.
Empresário
articulador de diversos negócios, tem prioridade no mercado imobiliário
em Fernando de Noronha, onde já construiu uma luxuosa pousada. No mais,
saiu imune às multas por crime ambiental em Angras dos Reis, onde
levantou uma mansão em área de reserva ambiental.
Prova de
seu comportamento elitista, e por vezes preconceituoso, foi demonstrado
quando era proprietário da boate Cabral, em São Paulo, onde afirmava
que “baiano não ia”.
“É por
essas e por outras que a mídia precisa sofrer urgentemente um processo
de democratização, cuja representatividade, cor e região de cada pessoa
seja respeitada, além de quebrar uma sinergia política nefasta entre
figuras públicas e mídia”, conclui Gésio Passos, do Coletivo Intervozes.
(Foto: Elza Fiúza / ABr)
*Mariadapenhaneles
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