Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, julho 05, 2013

BRADLEY MANNING, JULIAN ASSANGE E EDWARD SNOWDEN: MEUS HERÓIS ESTÃO VIVOS E DESAFIARAM O PODER EM NOME DA JUSTIÇA


Bradley Manning, mais um mártir norte-americano
Bradley Manning, mais um mártir norte-americano

Alguns de meus heróis também morreram de overdose.

Mas meus heróis hoje estão vivos e pagando o preço muito caro por desafiarem o poder.

Eles estão pagando o preço de mostrar o horror nas entranhas do poder do Estado.

Meus heróis usaram apenas informação. Essa arma poderosíssima.

Meus heróis não usam máscaras.

Meus heróis são hackers refugiados ou presos.

Meus heróis não conseguiriam viver sabendo dos horrores da guerra, dos horrores do Estado, do abuso de grupos de poder que manipulam e cometem crimes contra a população.

Meus heróis desafiaram o Estado ao mostrar sua face mais perversa.

Meus heróis são Bradley Manning, Edward Snowden e Julian Assange.

Edward Snowden não suportou o abuso sobre os cidadãos
Edward Snowden não suportou o abuso sobre os cidadãos

Bradley Manning é um jovem soldado que não aguentou a monstruosidade cometida pelo poderio de guerra dos EUA, repassou informações sigilosas e criminosas do exército norte-americano. Está preso desde 2010 da forma mais torpe que um Estado absolutista poderia fazer.

Julian Assange, criador do WikiLeaks, está refugiado na embaixada do Equador em Londres, após terrível prisão e perseguição pelos Estados Unidos e países Europeus.

Assange: divulgou o horror
Assange: divulgou o horror

Edward Snowden, ex-agente da Cia, não suportou saber que os EUA monitoravam pessoas no mundo inteiro, verificando mensagens privadas de qualquer pessoa que fosse julgada suspeita pelos detentores do poder. Snowden está sendo perseguido pelos EUA e está na Rússia em busca de asilo político.

Meus heróis não estão lutando em vão. Pode ter certeza disso.

Um dia quem sabe teremos uma legislação que proteja cidadãos que divulguem crimes do Estado.

*Educaçãopolitica

Nenhum comentário:

Postar um comentário