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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, julho 10, 2013

cinco estados vão protestar contra o monopólio da Globo

Em dia de mobilização nacional, cinco estados vão protestar contra o monopólio da Globo


Apesar das críticas, governo federal mantém silêncio quando o assunto é a democratização da mídia; sozinha, Globo detém 35% de verba publicitária repassada pelo governo Dilma
08/07/2013
da Redação
Na próxima quinta-feira (11), dia em que os trabalhadores irão para as ruas em todo o país, movimentos sociais vão realizar um ato contra o monopólio da Rede Globo em cinco estados. São Paulo, Rio de Janeiro, Pará, Rio Grande do Sul e Sergipe se mobilizarão a favor da democratização dos meios de comunicação. 
Os principais veículos controlaram cerca de 70% das verbas publicitárias repassadas no primeiro ano e meio do governo Dilma. Sozinha, a Globo abocanhou 35% destes recursos. Além disso, a empresa de comunicação detém poder de veto na definição dos canais da NET e da SKY, que possuem 80% do mercado midiático nacional.
Apesar das críticas ao monopólio da comunicação, o governo federal mantém-se calado quando o assunto é a democratização da comunicação. Os cinco pactos lançados, no dia 24 de junho, pela presidenta Dilma Rousseff – equilíbrio fiscal, mobilidade urbana, saúde, educação e reforma política – em nada interferem na concentração que marca o sistema midiático brasileiro.
Já ao anunciar outras medidas, no dia 1º de julho, após reunião com a equipe ministerial, mais uma vez a presidenta não quis interferir no assunto que mexe com os grandes setores empresariais de comunicação. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, teria dito na reunião com Dilma que não é hora de se travar uma discussão sobre a regulação da mídia. Já para a revista Veja, em entrevista concedida em meio ao furacão de protestos que tomou o Brasil, Bernardo fez coro com aqueles que igualam a regulação da mídia à censura, deixando claro com quem busca dialogar efetivamente.
Tais declarações foram criticadas pelo Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), que chegou a dizer que o ministro desprezou as vozes que ecoaram em todas as ruas nas últimas semanas. Segundo o FNDC, a democratização das comunicações é uma das bandeiras principais de luta da sociedade civil em todo o país. O movimento aponta nas atitudes e na fala do ministro a insistência em evitar a regulamentação dos meios de comunicação no Brasil. 
Acompanhe o horário e o local em que irão ocorrer os atos contra a Globo: 
São Paulo (SP): Concentração às 17h na Praça General Gentil Falcão e depois rumo à Globo.
Rio de Janeiro (RJ): Concentração ao final do ato das centrais sindicais, na Cinelândia.
Belém (PA): Concentração as 8:30 em frente a Prefeitura.
Porto Alegre (RS): Concentração às 15h em frente a Globo. 
Aracaju (SE): Concentração às 13h na praça Fausto Cardoso
*Brasildefato

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