Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, julho 06, 2013

Como Capone, Globo pode cair por “crime menor”: sonegar imposto


Tijolaço






Depois da Folha, a notícia da sonegação de impostos da Globo na negociação do imposto devido no negócio da aquisição dos direitos de transmissão da Copa de 2002 chegou à TV, com a reportagem exibida no Jornal da Record desta sexta-feira, que reproduzo no final do post.


Mais um mérito do caro amigo Miguel do Rosário, com seu blog O Cafezinho – amanhã tenho ótimas notícias sobre isso – que obteve a informação e, o mais importante, teve a coragem de publicá-la.


Mérito ainda maior para a internet que, mesmo asfixiado pelo poder econômico, com a ajuda luxuosa da Helena Chagas, que acha mais republicano dar anúncios para a “Caras” que para publicações progressistas, permitiu romper o círculo de silêncio que se faz sobre os negócios obscuros da Globo.


Mas vamos aos fatos.


A primeira informação importante é: onde está o processo que consta como “em trânsito” desde 2006?


Em que “engarrafamento” está parado há seis anos?


Foi pago, como diz a Globo ou é uma das dívidas que está sendo contestada no Conselho de Contribuintes ou na Justiça, como também diz a Globo?


Uma coisa ou outra.


E, ambas, fáceis de serem verificadas, porque a empresa é concessionária de serviços públicos e, portanto


A segunda é que o Deputado Protógenes Queiroz quer abrir uma CPI da Soneglobo de Televisão.


Deputado, o senhor não sabe com o que está mexendo.


A Globo não praticou uma sonegação.


A Globo é uma fraude desde seu nascedouro.


Desde o contrato assinado em 1962 com a Time-Life, quando a legislação brasileira impedia sociedade de concessionárias de radiodifusão com empresas estrangeiras, a Globo transgride a lei.


Até hoje ninguém sabe, ninguém viu – e quem viu tem medo de falar, menos Leonel Brizola - do que carregavam seus malotes, elevados à condição de malas diplomáticas.


Nem do caso Proconsult, nem do caso NEC, nem do financiamento ao Projac.


A Globo é intocável.


Não como Elliot Ness, o agente do FBI.


Mas como Al Capone.


Capone, porém, como se sabe, viu seu império desmoronar por uma simples fraude ao Imposto de Renda americano,


Quem sabe a história esteja nos brindando com uma fina ironia, ao repetir aquela história?

*Amoralnato

Nenhum comentário:

Postar um comentário