Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente da Bolívia, Evo Morales, ofereceu hoje (6) "asilo humanitário" ao ex-funcionário da CIA (agência de inteligência dos Estados Unidos, Edward Snowden. Morales explicou que a decisão é um protesto contra os países europeus que, esta semana, impediram o presidente boliviano de atravessar o espaço aéreo.
O anúncio foi feito durante discurso na região andina de Oruro (Sudoeste do país), onde Morales estava acompanhado pelo presidente do Banco Mundial, o sul-coreano Jim Yong Kim, que faz sua primeira visita oficial à Bolívia.
Snowden, ex-técnico em segurança digital da CIA, revelou que autoridades norte-americanas de segurança monitoravam e-mails e ligações telefônicas de cidadãos dentro e fora do país. Há, ainda, informações de que comunicações da União Europeia também foram monitoradas.
O americano fugiu para Hong Kong, no início de maio, para evitar um processo. Quando uma investigação criminal foi aberta contra ele na Justiça americana, os Estados Unidos pediram sua extradição, mas Snowden conseguiu viajar para Moscou.
Autoridades russas informam que Snowden está em uma área de trânsito do aeroporto de Moscou, considerada como "território neutro", desde 23 de junho. Segundo o Wikileaks, Snowden, 30 anos, pediu asilo político a um total de 27 países, entre eles o Brasil.
Além da Bolívia, os governos da Venezuela e da Nicarágua também anunciaram estar dispostos a receber o norte-americano, que espera por uma solução diplomática para evitar sua extradição para os Estados Unidos.
Esta semana, Evo Morales foi impedido de atravessar o espaço aéreo de vários países europeus. Autoridades da França, da Itália, da Espanha e de Portugal não autorizaram que a aeronave, que vinha de Moscou, cruzasse o espaço aéreo alegando suspeitas de que o ex-agente estaria à bordo. O avião foi obrigado a pousar em Viena, onde, segundo denúncias de La Paz, teria sido revistado.
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