Adib Jatene, presidente de comissão que ajudou na formulação do projeto para mudança do ensino médico, defende Dilma
O cardiologista e ex-ministro da Saúde
Adib Jatene, que preside uma comissão que auxiliou o governo na
formulação do projeto para a mudança do ensino médico, defende a
proposta apresentada ontem (08/07) pela presidente Dilma mas afirma que
não conhece a versão final.
Para Jatene, o ensino médico está
formando candidatos à residência médica, com muito ênfase às
especializações e alta tecnologia. "O médico precisa se transformar num
especialista de gente." (CLÁUDIA COLLUCCI)
*
Folha - O que o sr. achou das mudanças propostas para a mudança do ensino médico?
Adib Jatene - O ensino médico
está formando candidatos à residência médica. Isso estimula a
especialização precoce. Precisamos formar um médico capaz de atender a
população sem usar a alta tecnologia. O médico precisa se transformar
num especialista de gente.
E como ficará a supervisão?
É a própria faculdade de medicina que
cuidará disso. A proposta [original] é que ele fique dois anos no Estado
que se formou, supervisionado pela faculdade. A escola vai fazer parte
do sistema de saúde, não simplesmente dar o diploma. Com telemedicina e
teleconferência fica fácil.
O sr. foi consultado sobre isso?
Vínhamos trabalhando nessa proposta, mas
não sabíamos que já seria anunciada. O ministro Mercadante me telefonou
dizendo que a presidenta Dilma iria anunciar, mas não deu maiores
detalhes. Mas parece que está está dentro dos princípios.
A proposta era mesmo de aumentar para oito anos?
Sim. Quando me formei em medicina, em
1953, o curso já era de seis anos, e o conhecimento era muito pequeno.
Hoje é colossal e o curso continua de seis anos.
E em relação à política para fixar médicos no interior?
*cutucandodeleve
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