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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, julho 16, 2013

o fato de o Brasil ter vendido o controle de seu satélite junto com a Embratel — tornando-se, assim, completamente dependente de satélites estrangeiros.

Senadora Vanessa Grazziotin incorporou mensagem ao Tio Sam nos e-mails que dispara pelo Google



Foi de autoria da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) o requerimento de criação da CPI da Espionagem, que será instalada no Senado depois do recesso Parlamentar para investigar as denúncias feitas pelo funcionário terceirizado da National Security Agency (NSA), Edward Snowden.

Snowden, que ainda se encontra em Moscou à espera de exílio, vazou documentos para o jornalista Glenn Greenwald, do diário britânico Guardian, que vive no Rio de Janeiro.

O Washington Post, a revista alemã Spiegel e o diário direitista O Globo também publicaram denúncias sobre o caso.

O conjunto de reportagens sugere que os Estados Unidos espionaram extensivamente usuários das redes sociais, governos aliados e fizeram acordo com um grupo de 80 corporações para obter dados, dentre os quais as gigantes da internet Microsoft, Google, You Tube e Facebook.

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Nesta terça-feira a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, presidida por Ricardo Ferraço (PMDB-ES), ouve o depoimento do jornalista Glenn Greenwald.

A CRE vem coletando uma série de depoimentos, que mais à frente pretende repassar à CPI. Na semana passada foram ouvidos os ministros de Defesa, Celso Amorim; das Relações Exteriores, Antonio Patriota; e das Comunicações, Paulo Bernardo; além do chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, general José Elito Siqueira.

Convidado, o embaixador dos Estados Unidos, Thomas Shannon, disse que depende de autorização de Washington para depor.

A senadora Grazziotin deverá participar da audiência de hoje com Greenwald. Ela identifica algumas das prioridades da CPI, além da óbvia, que é descobrir o grau da espionagem dos Estados Unidos no Brasil:

1. Vanessa Grazziotin quer saber mais detalhes sobre a intimidade da empresa Booz Allen Hamilton com o Brasil durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. A empresa de consultoria, contratada por FHC, era a empregadora de Edward Snowden quando ele recolheu os documentos secretos da NSA que posteriormente vazou (ver o vídeo do senador Roberto Requião, no topo, durante audiência da CRE na semana passada).

2. A senadora comunista acredita ser necessário avaliar toda a infraestrutura brasileira e considera um “crime de lesa pátria” o fato de o Brasil ter vendido o controle de seu satélite junto com a Embratel — tornando-se, assim, completamente dependente de satélites estrangeiros.

3. Vanessa Grazziotin acha muito importante garantir a sobrevivência do próprio Snowden que, acredita ela, corre risco de vida.

Quanto à segurança atual do governo brasileiro, a senadora informou que autoridades do Executivo em geral usam mensagens criptografadas para troca de informações sigilosas. Porém, no Legislativo o mesmo não acontece. Grazziotin informou que usa o G-mail, ligado ao Google, para suas mensagens pessoais. Disse que já incorporou aos seus e-mails a mensagem “um abraço ao Tio Sam”. Mesmo como brincadeira, é revelador da insegurança do alto escalão da República brasileira diante da arapongagem dos Estados Unidos.
*Ajusticeiradeesquerda

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