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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, julho 06, 2013

O que espera a Dilma para mandar embora o ministro do plim-plim e do trim-trim ?

Bernardo, o quinta-coluna


O Conversa Afiada reproduz, do Blog do Miro, artigo do Bepe Damasco:

Paulo Bernardo, o quinta-coluna



Por Bepe Damasco, em seu blog:

“O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem.” (Guimarães Rosa)

Endosso a sugestão do Renato Rovai, em artigo publicado em seu blog, recomendando o grande escritor mineiro para a presidenta Dilma neste momento.

O blogueiro acerta na na mosca também quando lembra que o confronto é inevitável, conclamando a presidenta para ir à TV e às ruas em defesa do plebiscito e das conquistas do seu governo contra a trairagem do PMDB e do Congresso. Mas quero acrescentar aqui outra providência essencial para superar a crise : uma ampla reforma ministerial. Que deve começar pela demissão do ministro das Comunicações, Paulo Quinta Coluna Bernardo, amigo das teles, da Veja e de O Globo.

Como diz CartaCapital, o ministro do plim-plim e do trim-trim. Sua entrevista às páginas amarelas da Veja, no auge das megamanifestações de junho, atacando os lutadores pela democratização da mídia no Brasil e a militância do PT foi a gota d’água. Não pode passar em branco uma destro provocação como aquela.Ainda mais partindo de alguém que já ostenta no currículo a interdição do debate sobre um novo marco regulatório para a radiodifusão no Brasil, sentando em cima do projeto elaborado pelo ex-ministro Frankilin Martins.

O mesmo lixo jornalístico que o “premiou” com o espaço nobre reservado aos seus cupinchas publicou na edição desta semana mais uma capa emblemática do tipo de jornalismo golpista e fétido praticado por ele: um precipício do qual despencam ratos e uma bandeira vermelha. O que deve ter passado na cabeça do “bom petista” (como Bernardo é tratado por Veja) ao se deparar nessa mesma edição com um militante de extrema direita e funcionário da Globo sendo mostrado como exemplo do “novo Brasil que emergiu das
ruas?”

Bobagem imaginar que o ministro possa ter se arrependido, afinal ele está longe de se deixar usar como uma espécie de inocente útil. Bernardo é um caso típico que quem já cruzou o Rubicão e se posiciona do outro lado da trincheira. Esperar o que de quem pensa como um neoliberal, imprime linhas de gestão conservadoras e excludentes, se perfila junto aos monopólios e esbanja preconceito contra seu próprio partido ?

Se o PT não tivesse sido arrastado pela avalanche da burocratização e se deixado contaminar pela praga do excesso de moderação institucional, seria o caso da instalação, na Comissão de Ética do partido, de um processo de expulsão do ministro.

*PHA

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