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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, julho 04, 2013

'SEQUESTRO' DE MORALES FOI ORDEM DIRETA DE OBAMA


É o que diz o governo boliviano; o avião em que o presidente da Bolívia, Evo Morales, voltava para casa foi impedido de sobrevoar alguns países europeus devido à suspeita de que pudesse estar transportando Edward Snowden, responsável por denunciar programas secretos de espionagem do governo norte-americano; "Não temos dúvidas de que isso foi uma ordem da Casa Branca", diz o embaixador boliviano na ONU, Sacha Llorenti Soliz; governo Barack Obama não quis comentar as reclamações da Bolívia

4 DE JULHO DE 2013 

Por Angelika Gruber e Emma Farge

VIENA/GENEBRA, 3 Jul (Reuters) - A Bolívia acusou na quarta-feira os Estados Unidos de tentarem sequestrar seu presidente, Evo Morales, cujo avião foi impedido de sobrevoar alguns países europeus devido à suspeita de que pudesse estar transportando Edward Snowden, responsável por denunciar programas secretos de espionagem do governo norte-americano.

O avião de Morales foi impedido de sobrevoar a França e Portugal, e acabou fazendo uma escala em Viena, onde autoridades locais declararam que Snowden não estava a bordo. O governo boliviano disse que o incidente representou uma agressão e uma violação do direito internacional.

Snowden supostamente permanece no setor de trânsito de um aeroporto de Moscou, aonde chegou no final de junho. Os Estados Unidos pressionam a Rússia e outros países a entregá-lo para que responda judicialmente por ter revelado segredos nacionais, aos quais teve acesso como prestador de serviços na Agência de Segurança Nacional.

A Casa Branca não quis comentar as reclamações da Bolívia.

Morales havia ido a Moscou para participar de uma conferência sobre energia. Autoridades austríacas disseram que Morales convidou agentes locais a vistoriarem o avião, mas o ministro boliviano da Defesa, Ruben Saavedra, negou que o convite e a revista tenham acontecido.

O embaixador boliviano na ONU, Sacha Llorenti Soliz, manifestou indignação com o incidente. "Estamos falando do presidente em uma viagem oficial, após uma cúpula oficial, sendo sequestrado" disse ele em Genebra.

"Não temos dúvidas de que isso foi uma ordem da Casa Branca. De maneira nenhuma deveria um avião diplomático com o presidente ser desviado da sua rota e forçado a pousar em outro país".

O diplomata disse que a indignação boliviana era dirigida aos EUA e aos países que proibiram o sobrevoo, e prometeu fazer uma queixa formal à ONU.

O avião deixou Viena a caminho de La Paz, mas fez uma escala de reabastecimento nas ilhas Canárias (território espanhol na costa africana) e outra em Fortaleza, no início da noite desta quarta-feira.

Líderes do bloco regional sul-americano Unasul exigiram uma explicação pelos "atos "injustificáveis"" dos países europeus.

Em nota do governo peruano, que preside a Unasul atualmente, o bloco manifestou indignação pela recusa de Portugal e França em autorizar o sobrevoo.

A Bolívia está entre os mais de dez países aos quais Snowden solicitou asilo político, e Morales disse que cogitaria a concessão do benefício ao norte-americano.

(Reportagem adicional de Michael Shields, em Viena; Jean-Baptiste Vey, em Paris; Teresa Cespedes, em Lima; Daniel Ramos, em La Paz; Anthony Boadle, em Brasilia; e Mark Hosenball em Washington)

* Blog Justiceira de Esquerda

25 verdades sobre el caso Evo Morales/Edward Snowden


El caso Edward Snowden estuvo al origen de un grave incidente diplomático entre Bolivia y varios países europeos. Tras una orden de Washington, Francia, Italia, España y Portugal le prohibieron al avión presidencial de Evo Morales sobrevolar su territorio.

1. Tras un viaje oficial a Rusia para asistir a una cumbre de países productores de gas, el Presidente Evo Morales tomó su avión para regresar a Bolivia.

2. Estados Unidos, pensando que Edward Snowden, ex agente de la CIA y de la NSA autor de las revelaciones sobre las operaciones de espionaje de su país se encontraba en el avión presidencial, ordenó a cuatro países europeos, Francia, Italia, España y Portugal, que le prohibiera el sobrevuelo de su espacio aéreo a Evo Morales.

Efe
Bolivianos queman las banderas de Francia y de la Unión Europea en La Paz a las puertas de la embajada francesa


3. París cumplió inmediatamente la orden procedente de Washington y canceló la autorización de sobrevuelo de su territorio que había otorgado a Bolivia el 27 de julio de 2013, mientras que el avión presidencial se encontraba a apenas unos kilómetros de las fronteras francesas.

4. Así, París puso en peligro la vida del Presidente boliviano, el cual tuvo que aterrizar en emergencia en Austria, por falta de combustible.

5. Desde 1945, ninguna nación del mundo ha impedido a un avión presidencial sobrevolar su territorio.

6. París, además de desatar una crisis de una extrema gravedad, violó el derecho internacional y la inmunidad diplomática absoluta del cual goza todo Jefe de Estado.

7. El gobierno socialista de François Hollande atentó gravemente al prestigio de la nación. Francia aparece ante los ojos del mundo como un país servil y dócil que no vacila un solo instante en obedecer a las órdenes de Washington, contra sus propios intereses.

8. Al tomar semejante decisión, Hollande desprestigió la voz de Francia en la escena internacional.


9. París también se vuelve objeto de risa en el mundo entero. Las revelaciones hechas por Edward Snowden permitieron descubrir que Estados Unidos espiaba a varios países de la Unión Europea, entre los cuales Francia. Tras esas revelaciones, François Hollande pidió pública y firmemente a Washington que parar esos actos hostiles. No obstante, en entresijos, el Palacio del Elysée siguió fielmente las órdenes de la Casa Blanca.

10. Tras descubrir que se trataba de una información falsa y que Snowden no se encontraba en el avión, París decidió anular la prohibición.

11. Italia, España y Portugal también siguieron las órdenes de Washington y prohibieron a Evo Morales el sobrevuelo de su territorio, antes de cambiar de opinión tras enterarse de que la información no era verídica y permitir al Presidente boliviano seguir su ruta.

12. Antes de ello, España hasta exigió revisar el avión presidencial en violación de todas las normas legales internacionales. “Esto es un chantaje; no lo vamos a permitir por una cuestión de dignidad. Vamos a esperar todo el tiempo necesario”, replicó la Presidencia boliviano. “No soy un criminal”, declaró Evo Morales.

13. Bolivia denunció un atentado contra su soberanía y contra la inmunidad de su presidente. “Se trata de una instrucción del gobierno de Estados Unidos”, según La Paz.

14. América Latina condenó unánimemente la actitud de Francia, España, Italia y Portugal.

15. La Unión de Naciones Suramericanas (UNASUR) convocó en urgencia una reunión extraordinaria tras este escándalo internacional y expresó su “indignación” mediante la voz de su Secretario General Ali Rodríguez.

16. Venezuela y Ecuador condenaron “la ofensa” y “el atentado” contra el Presidente Evo Morales.

17. El Presidente Nicolás Maduro de Venezuela condenó “una agresión grosera, brutal, inadecuada y no civilizada”.

18. El Presidente ecuatoriano Rafael Correa expresó su indignación: “¡Nuestra América no puede tolerar tanto abuso!”

19. Nicaragua denunció una “acción criminal y bárbara”.

20. La Habana fustigó “acto inadmisible, infundado y arbitrario que ofende a toda la América Latina y el Caribe”.

21. La Presidenta argentina Cristina Fernández expresó su consternación: “Definitivamente están todos locos. Jefe de Estado y su avión tiene inmunidad total. No puede ser este grado de impunidad”.

22. Mediante la voz de su Secretario General José Miguel Insulza, la Organización de Estados Americanos (OEA) condenó la decisión de los países europeos: “No existe circunstancia alguna para cometer tales acciones en detrimento del presidente de Bolivia. Los países involucrados deben dar una explicación de las razones por las cuales tomaron esta decisión, particularmente porque ello puso en riesgo la vida del primer mandatario de un País Miembro de la OEA”.

23. La Alianza Bolivariana para los Pueblos de Nuestra América (ALBA) denunció “una flagrante discriminación y amenaza a la inmunidad diplomática de un Jefe de Estado”.

24. En vez de otorgar el asilo político a la persona que le permitió descubrir que era víctima de espionaje hostil, Europa, particularmente Francia, no vacila en crear una grave crisis diplomática con el objetivo de entregar a Edward Snowden a Estados Unidos.

25. Este caso ilustra que si la Unión Europea es una potencia económica, es un enano político y diplomático incapaz de adoptar una postura independiente hacia Estados Unidos.

*Salim Lamrani es Doctor en Estudios Ibéricos y Latinoamericanos de la Universidad Paris Sorbonne-Paris IV, Salim Lamrani es profesor titular de la Universidad de La Reunión y periodista, especialista de las relaciones entre Cuba y Estados Unidos. Su último libro se titula The Economic War Against Cuba. A Historical and Legal Perspective on the U.S. Blockade, New York, Monthly Review Press, 2013, con un prólogo de Wayne S. Smith y un prefacio de Paul Estrade.

Contacto: lamranisalim@yahoo.fr ; Salim.Lamrani@univ-reunion.fr

*Cappacete 

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