A direita latino-americana estremece quando ouve falar da lei de meios
Via Rebelion
Patrício Montesinos
Tradução do espanhol: Renzo Bassanetti
A
direita tradicional latino-americana cala, treme e resmunga quase ao
mesmo tempo quando houve falar de eventuais novas leis de meios nos
países da Pátria Grande, onde tem sob seu controle poderosos empórios
midiáticos, em conluio com outros norte-americanos e europeus.
Recentes
declarações do ex-presidente brasileiro Lula da Silva em São Paulo,
sobre a necessidade de transformar a imprensa no gigante sul-americano,
causaram um terremoto nos setores conservadores dessa região, que se
negam a perder o domínio da informação, ou melhor dizendo, da
desinformação e da manipulação.
Exemplos de
estremecimentos similares já se repetiram em nações como Argentina,
Equador e Venezuela, nas quais foram colocadas em vigor normativas que
regulam as vantagens dos meios de mais recursos financeiros em relação
aos com menos, enquanto que em outras, como Peru e agora o Brasil
somente se está comentando a respeito, e só com isso já ocorreram sismos
de grandes proporções.
O certo é que a direita
latino-americana, na posse dos principais jornais, redes de televisão e
de emissoras de rádio, os utiliza como partidos políticos e verdadeiras
“armas atômicas” para desacreditar governos, tentar derrubá-los e
enganar a população.
Suas linhas editoriais são
desenhadas em território norte-americano e em outros Estados da Europa,
como Espanha, nos quais, entretanto, imperam regramentos legais que
permitem aos meios noticiar, mas não difamar e deturpar.
Enquanto em Madri, jornais como El País, El Mundo ou ABC,
entre outros, tem restringida a publicação de reportagens sobre as
violentas repressões policiais contra manifestações anti-governamentais,
a imprensa latino-americana manipula imagens e mente constantemente
sobre os terroristas opositores disfarçados de “pacíficos estudantes” na
Venezuela.
É lógico que o El País e
seus similares fazem o que não se lhes permite na Espanha quando se
trata da Venezuela, Equador, Argentina, Cuba, Bolívia e Nicarágua, para
citar algumas das nações da Pátria Grande consideradas “adversárias”
pelos EUA e seus aliados.
Vale lembrar que esse diário, juntamente com o ABC e o El Mundo, respaldaram
sem escrúpulo algum, a frustrada tentativa de golpe de estado contra
Hugo Chávez em 2002, e outros mais recentes perpetrados em Honduras e no
Paraguai.
Seria um suicídio para seus donos e
acionistas se a imprensa de Madri ou a norte-americana, como a televisão
CNN em espanhol, apoiassem um complô dirigido a destronar os regimes
atuais em Moncloa ou na Casa Branca.
Em troca,
na América Latina, em nome da vociferada e falsa liberdade de expressão,
os grandes meios de comunicação em mãos da direita ofendem os
presidentes, os encurralam e promovem planos subversivos orquestrados no
Pentágono e na “culta” Europa para derrubá-los.
Um
deputado venezuelano denunciou, há poucas horas, que mais de 80 jornais
da região distorcem a realidade da pátria de Chávez para conseguir
derrubar do poder o executivo constitucional do Presidente Nicolas
Maduro.
Por sua parte, Lula, em suas
declarações, afirmou que é hora de regular o exercício da imprensa no
Brasil, por que não somente atentam contra as políticas oficiais, o que
não se permite em outras sociedades chamadas democráticas, em evidente
alusão aos Estados Unidos e no denominado Velho Continente.
*GilsonSampaio
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