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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, maio 22, 2014

A melhor prova de que fenômenos paranormais não existem

Por Nir Shaviv.
As reivindicações de fenômenos paranormais tendem a surgir de vez em quando, o melhor exemplo é provavelmente a de Uri Geller. Ele se tornou famoso na década de 70 com suas “habilidades” para dobrar colheres, ler pensamentos, etc. [1] Infelizmente, Uri Geller decidiu voltar para seu país natal (Israel), e pior, teve um programa de televisão em horário nobre, presumivelmente para encontrar um herdeiro.
Ontem, eu estava sentado no meu escritório e, de repente, um cara (que aparentemente não tem nada a ver com a Universidade), apareceu. Ele queria saber o que a ciência pensa sobre o “Fenômeno Uri Geller”. Eu disse a ele que a ciência nem sequer perde tempo com este tipo de bobagem. Não foi o suficiente para ele. Então, já que eu não queria que ele deixasse o escritório pensando que a ciência não tem uma resposta, e já que o meu tempo é precioso, eu rapidamente tentei encontrar a resposta ideal. Aqui está.
Qualquer pessoa que alegue ter habilidade paranormal, de fato, poderia facilmente ser capaz de participar do Desafio Paranormal [2] promovido pela Fundação Educacional James Randi que oferece um prêmio no valor de 1 milhão de dólares para qualquer pessoa que possa demonstrar evidências de quaisquer poderes paranormais, sobrenaturais ou poderes ocultos, sob condições controladas – de acordo com ambas as partes. Qualquer pessoa que possua uma verdadeira habilidade paranormal deve facilmente ser capaz de chegar a um acordo sobre os critérios dos testes com James Randi (“O Incrível Randi”). Até agora, ninguém foi capaz de reivindicar o prêmio – nenhuma pessoa foi capaz de demonstrar habilidades paranormais.
Quanto a Uri Geller, mostrei ao rapaz um vídeo agradável de James Randi [3] demonstrando como Uri Geller poderia fazer os seus truques. Ele explica como Uri Geller poderia usar meios convencionais para dobrar colheres, chaves, ler “mentalmente” desenhos e assim por diante. O vídeo ainda mostra como, sob condições controladas no Tonight Show.
Então, o cara no meu escritório, em seguida, pergunta: “Então, por que as pessoas ouvem e acreditam em todos estes charlatães?”.
“Boa pergunta!”, disse a ele. “No entanto, eu acho que não dá tempo de eu responder essa questão.”
De qualquer forma, um ótimo livro que eu encontrei sobre este assunto “Por Que as Pessoas Acreditam em Coisas Estranhas” [4] do Michael Shermer. É um ótimo livro que tenta explicar os fenômenos psicológicos por trás das razões pelas quais as pessoas são tão crédulas.

Lembre-se sempre, só porque você não sabe uma explicação razoável para algo, não significa que não há uma!
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