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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, setembro 26, 2010

Nordeste acordou para governos que defendem opovo

Goleada no nordeste do país: Dilma 8 x Demotucanos 1

Se os resultados das pesquisas forem confirmadas na urnas, apenas o Rio Grande do Norte não elegerá no Nordeste um candidato que vota em Dilma. No caso, uma candidata: Rosalba Carlini (DEM).
Os números mostram que o cenário eleitoral nordestino sofreu uma mudança significativa entre 2002, ano quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito pelo primeira vez para a Presidência, e o desenhado pelas pesquisas de 2010.
A uma semana do primeiro turno das eleições, as pesquisas de intenções de voto apontam que a maioria dos candidatos ao governo dos Estados no Nordeste que lideram as pesquisas declararam voto na candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff.
Eles lideram em oito dos nove Estados da região.Já na Paraíba, a vitória de um candidato é praticamente certa, já que os dois principais candidatos –José Maranhão (PMDB) e Ricardo Coutinho (PSB)– votam na petista.
Os números das intenções de voto apontam também que há possibilidades de a eleição ser definida no primeiro turno para candidatos pró-Dilma em Sergipe (Marcelo Déda-PT), Pernambuco (Eduardo Campos-PSB), Bahia (Jaques Wagner-PT) e Ceará (Cid Gomes-PSB).
No Maranhão, Roseane Sarney (PMDB) também alimenta esperança de levar no primeiro turno.
Em Alagoas, a disputa é a mais acirrada da região, com Fernando Collor de Mello (PTB), Ronaldo Lessa (PDT) e Teotônio Vilela Filho (PSDB) empatados tecnicamente, com diferença de apenas dois pontos percentuais entre o primeiro e o terceiro colocado.
A disputa também segue indefinida no Piauí, onde Wilson Martins (PSB) lidera, seguido de perto por Sílvio Mendes (PSDB) e João Vicente (PTB). Nos dois Estados, os candidatos do PTB declararam voto para Dilma, embora o partido esteja na coligação de José Serra. Esse é o preço do tratamento de José Serra que sempre  dispensou ao povo nordestino, com discriminação e desprezo.

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