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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, setembro 30, 2010

SS erra e mendes são derrotados no STF



Serra e Mendes são derrotados no STF



Qualquer brasileiro só precisará apresentar um documento oficial com foto para votar nas eleições do próximo domingo. Por oito votos a dois, o Supremo Tribunal Federal suspendeu a exigência de dois documentos, que tinha sido criada pela minirreforma eleitoral, aprovada ano passado.
A decisão já estava consagrada desde ontem, quando sete ministros do STF já tinham votado contra a necessidade de dois documentos, e só foi postergada para hoje pelo pedido de vistas do ministro Gilmar Mendes, após receber um telefonema de Serra.
Flagrado na conversa telefônica, Mendes ficou desmoralizado perante seus pares, e teve que apresentar o seu voto hoje, o que confirmou que não necessitava de nenhum exame mais aprofundado, pois juridicamente a situação estava clara.
Mesmo assim, Mendes ficou contra a suspensão da exigência de dois documentos, e só não ficou totalmente sozinho, porque o presidente da Corte, Cezar Peluso, o acompanhou. Com isso, frustrou-se a tentativa tucana de apostar numa abstenção maior que o habitual com a possível falta dos documentos necessários, principalmente pelos mais humildes.
Então gente, para votar domingo nem é mais preciso o título de eleitor. Basta um documento oficial com foto, como carteira de identidade, carteira de trabalho, carteira de motorista ou passaporte.
*Brizolaço

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