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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, março 08, 2011

SP: Vai-Vai ganhou, mas o melhor samba é da Tucuruvi






SOU CABRA DA PESTE, VIM LÁ DO NORDESTE
SÃO PAULO É MINHA CAPITAL
LEVANDO ALEGRIA, EU VOU POR AÍ
EU SOU VALENTE, SOU TUCURUVI
VOU EMBARCAR NESSA AVENTURA
EM BUSCA DE UM LUGAR AO SOL
TRAGO NO PEITO DESAFIO E ESPERANÇA
A BAGAGEM A LEMBRANÇA,
SONHO OU REALIDADE.
VOU CONSTRUINDO ILUSÃO,
ERGUENDO OS PILARES DA CIDADE,
DEIXANDO MARCAS DA MINHA TRADIÇÃO:
AO SOM DO TAMBOR, A FÉ EM LOUVOR, RELIGIÃO
“OXENTE” FESTEIRA, ACENDE A FOGUEIRA, É SÃO JOÃO
VEM, VEM PROVAR
O SABOR QUE VEM DE LÁ
ESSE GOSTO, ESSE TEMPERO
É DE FATO BRASILEIRO.
DA SANFONA UM ACORDE TOCOU FORTE O CORAÇÃO
OLHA O POVO DANÇANDO PRA LÁ,
ARRASTANDO A SANDÁLIA PRA CÁ,
O FORRÓ TA DANADO DE BOM
UM SORRISO É A MOLDURA DO MEU TRAÇO CULTURAL
QUANDO A GENTE SE ENCONTRA, A MISTURA É NATURAL.
CARREGO NA ALMA A BRAVURA
E O ORGULHO DE SER QUEM EU SOU
VAI MEU SAMBA, VAI! RECONHEÇA O MEU VALOR!
ENREDO: OXENTE, O QUE SERIA DA GENTE SEM ESSA GENTE? SÃO PAULO: A CAPITAL DO NORDESTE!
COMPOSITORES: VAGUINHO, EDU LEÃO, DOUTOR, RIGOLON e ANDRÉ UNIÃO.
INTÉRPRETE: FREDY VIANNA
VICE-CAMPEÃ: ESCOLA DE SAMBA UNIDOS DO TUCURUVI

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