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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, julho 13, 2011

O Etna, os relógios: o mistério continua

Sábado à tarde, a lava do vulcão Etna irrompeu ao longo dos flancos Sudeste e os ventos têm levantado as cinzas, provocando problemas no aeroporto de Catania Fontanarossa. 

Foi uma enorme erupção, a quinta desde o início do ano.

Na ocasião, milhares têm reparado nos relógios que ficaram 15 minutos adiantados.

Isso foi notado quando um grande número de moradores da zona acordou cedo para ir ao trabalhou e sobre o assunto foi organizada uma página Facebook para fazer uma comparação entre as várias observações.

O aeroporto de Fontanarossa reabriu às 07:00, quando as máquinas de limpeza conseguiram livrar as pistas das cinzas, após uma noite de trabalho. A causa do adiantamento dos relógios na ilha permanece desconhecida.


Quanto aos relógios. A situação não é nova e já tinha sido relatada no mês passado. 
O fenómeno interessa os relógios eléctricos, por isso relógios digitais ou com mecanismos ligados à corrente. Não importa que sejam relógios de pulso, radio-despertadores ou timer do micro-ondas: de repente todos começam a correr, ganham 15 minutos e assim ficam.

Pode estar tudo relacionado com a erupção? O facto é que os relógios enlouquecidos estão presentes em toda a ilha, não apenas na província de Catania onde "reside" o Etna. 

Pela mesma razão, a teoria de eventuais campos electro-magnéticos não consegue ser aceite como explicação: a Sicilia é grande, é a maior ilha do Mediterrânico; e como é possível que os efeitos de eventuais campos possa ser sentido do outro lado da ilha, que dista 230 quilómetros em linha recta, e não em Reggio Calabria, por exemplo, cidade na margem oposta do Estreito de Messina, cuja distancia é de apenas 80 quilómetros?

Os pesquisadores de Engenharia Eléctrica da Universidade de Catania têm tentado explicar o acontecimento com base em pequenas variações de frequência não adequadamente compensadas: mas neste caso o fenómeno deveria interessar equipamentos eléctricos até mais sensíveis (pensamos nos computadores, nos alarmes), além do facto que alguns cidadãos já fizeram verificar a própria rede doméstica sem encontrar problemas.  

Resumindo, eis as possíveis explicações até agora apresentadas: 

Fotovoltaico: muitos paneis são presentes na ilha, alguns podem não estarem adequadamente regulados e provocar assim pequenas variações de frequência não compensadas.
Contra: neste caos outros electrodomésticos também estariam interessados ao fenómeno.

Cabo submarino: entre a Sicilia e a Calabria existe um cabo submarino pela distribuição de energia eléctrica e trabalhos de manutenção começaram no passado mês de Maio, o que pode ter provocado variações e/ou interrupções no fornecimento da eletricidade.
Contra: como antes, também outros electrodomésticos seriam afectados pelo fenómeno. 

Etna e campos magnéticos: na aldeia de Caronia, perto de Catania e do Etna, postes da luz pegam fogo, electrodomésticos enlouquecem, há blackout repentinos. alguns explicam o fenómenos com um suposto campo magnético criado pelo vulcão,
Contra: relógios adiantados interessam toda a ilha, em lugares bem distantes do Etna.
*InformaçãoIncorreta

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