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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, julho 15, 2011

Sub-do-sub da China, o maior credor, chama os EUA às falas

Cadê o sub-do-sub ?
Diz o editorial do New York Times desta sexta-feira:

“É preciso ouvir o som do alarme”:


“ … there are fresh indications that China and other investors are beginning to get nervous.”


Há claras indicações de que a China e outros investidores começaram a ficar nervosos.

Saiu no New Tork Times, nesta quinta feira:

“We hope that the U.S. government adopts responsible policies and measures to guarantee the interests of investors,” Hong Lei, a foreign ministry spokesman


“Esperamos que o Governo americano adote políticas responsáveis e medidas que garantam os interesses dos investidores.”


Foi o que disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China.

Quer dizer, os Estados Unidos levam um pito de quem o Nunca Dantes chamou, um dia, do sub-do-sub-do-sub.

A China é o maior investidor em títulos do Governo americano.

Os Republicanos (que, no Brasil, correspondem à coligação DEMO-PiG-Tucanos (*)) querem impedir Obama de elevar o teto de endividamento do Governo americano.

Só deixam elevar o teto se Obama cortar os programas sociais dos pobres.

Obama aceitou fazer gigantescas concessões aos conservadores – cortar programas sociais – mas não abre mão de elevar os impostos dos ricos.

O Governo Bush, com a ajuda do presidente do Banco Central, Greenspan, fez com que rico americano, a rigor, não pague imposto.

Os DEMO-PiG-Tucanos americanos estão irredutíveis.

Isso significa que no início de agosto os Estados Unidos começam a dar o calote nos títulos o Tesouro.

A China e o Brasil – que também comprou títulos do Tesouro americano – vão ficar com o mico na mão.

Não é inacreditável, amigo navegante ?

Que a pátria-mãe do neoliberalismo, onde as teorias neoliberais foram aplicadas da forma mais selvagem, que, agora, ela se veja à beira do colapso.

E na China, que continua a crescer à base de 9,5% ao ano, um sub-do-sub passa um carão nos Estados Unidos.

Aonde é que o mundo foi parar ?

Chegamos a um novo mundo em que as idéias neoliberais só sobrevivem em plagas coloniais.

E onde a intransigência dos conservadores – aliados ao PiG – permanece intocada.

Eles serão capazes de jogar os Estados Unidos no caos, a abrir mão de seus princípios: rico não pode pagar imposto.

Não é muito diferente do que fizeram os DEMO-PiG-Tucanos quando aboliram a CPMF.

Dane-se a saúde do pobre !

O meu eu quero primeiro, bradava o presidente da FIE P (**).

O mundo se reorganiza de uma forma que os conservadores ainda não conseguiram entender.

A Europa se desmancha, os Estados Unidos levam pito do sub-do-sub.

As referências doutrinárias dos conservadores viram pó.

Como os títulos do Tesouro americano (ou italiano, espanhol, grego, irlandês, português …).

Qual é a nova Meca da urubóloga ?

E do Farol de Alexandria ?

Onde ele vai buscar a Luz ?


Paulo Henrique Amorim

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