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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, maio 25, 2012

CPI do silêncio

A semana termina com a CPI do Cachoeira sem dar nenhuma resposta à  população.

WladimirOntem (24), três integrantes da quadrilha do criminoso Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira repetiram a postura de seu chefe e alegaram o direito constitucional de permanecer calado.
De acordo com a CartaCapital, o tucano  Wladmir Garcez (PSDB), ex-vereador de Goiânia e integrante da quadrilha foi primeiro a não responder perguntas desta quinta. Ele se limitou a ler um texto preparado previamente. O ex-vereador confirmou que era contratado pela Delta Construções, suspeita de ligação com a organização criminosa investigada, e disse trabalhar como assessor do então diretor regional da companhia no Centro-Oeste, Cláudio Abreu. Por esse trabalho, o ex-vereador recebia R$ 20 mil. Garcez disse que nunca entregou dinheiro ao governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e que as gravações feitas pela Polícia Federal no inquérito são “montagens”.
Garcez também disse que recebia mensalmente de Carlinhos Cachoeira R$ 5 mil para assessorá-lo em sua empresa de medicamentos. O interesse tanto da Delta quanto de Cachoeira no trabalho do ex-vereador, segundo seu depoimento, ocorreu pela proximidade que ele tinha ou aparentava ter com autoridades políticas em todas as esferas. Essas relações, segundo Garcez, foram construídas durante o tempo que foi vereador e presidente da Câmara Municipal de Goiânia. “Para me ‘cacifar’ eu demonstrava ter mais poder, mais força”, contou o vereador.
Em seguida, o araponga e ex-sargento da Aeronáutica Idalberto Matias de Araújo, mais conhecido como Dadá, também não respondeu perguntas. Dadá é considerado o braço-direito de Cachoeira. O araponga Jairo Martins de Souza foi o último a comparecer à sessão, que durou quase três horas.
Obviamente que as leis brasileiras sendo formuladas por bandidos, sempre defenderá seus bandidos criadores, criando situações constrangedoras como essa.
Bandidos que não respondem aos “dignos” deputados e senadores, muitos dos quais também bandidos travestidos de autoridades.
Por: Eliseu
*OCarcará 

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