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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, maio 04, 2012

Rupert Civita debocha
da democracia brasileira



A Carta Capital que chega nesta sexta-feira às bancas traz uma reportagem de capa que é como se fosse uma capa da Veja, esse detrito sólido de maré baixa (que a Globo transforma em Chanel # 5):

“Nosso Murdoch – Veja e Cachoeira, jornalismo a pique”

A reportagem de Cynara Menezes tem o título

“Os desinformantes”

“Escândalo – Gravações mostram que a relação entre a Veja e o grupo de Cachoeira pouco tinha a ver com jornalismo.”

“Denúncias sem sustentação serviram para acuar os adversários do esquema criminoso”

“A invasão ao hotel do Dirceu teve o dedo da turma. E a campanha para levar Demóstenes ao Supremo Tribunal. E aí, CPI ?”

“Entra nesta até o falso grampo em Gilmar Mendes. A quem serviu a armação ? “

(Resposta – serviu para tirar o pescoço do Daniel Dantas da forca, e impedir que os agentes da Privataria do Fernando Henrique fossem para a cadeia. Não adiantou nada, porque o Amaury escreveu o livro best-seller.- PHA)

“Era preciso derrubar Pagot para beneficiar a Delta.”

(Os arapongas) “Dadá e Marins produziam as “noticias”.

A Carta reproduz “diálogos impertinentes” que mostram como Cachoeira e Demóstenes tramaram a invasão do apartamento de hotel do José Dirceu.

Como Cachoeira pautava a Veja e escolhia o local da revista onde a “notícia” deveria ser publicada.

Cachoeira e Claudio Abreu da Delta combinam como Policarpo Junior, “repórter” da Veja, ia detonar o “mensalão do PR” no Ministério dos Transportes.

Comemoram até a entrevista na Pagina Marrom da Veja com o Demóstenes, para anabolizar a candidatura dele ao Supremo:

Diz Claudio da Delta ao Cachoeira da Veja:

“É show de bola aqui, viu, bicho, show de bola.”

Diz a Carta: “No episódio, a Veja não é uma flor de lótus, que permanece limpa em meio ao pântano.”

Segue-se um artigo sobre o Robert(o) Civita inglês:

“Rupert Murdoch debochou da democracia britânica. É preciso evitar outros como ele.”

Paulo Henrique Amorim

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