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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, maio 02, 2012

Stepan Nercessian e Lereia viajaram à Europa com dinheiro público a serviço de Cachoeira

Lereia e Nercessian passearam com nosso
dinheiro e fizeram negócios para o Cachoeira.

Em missão oficial na Europa, os deputados Carlos Alberto Lereia (PSDB/GO) e Stepan Nercessian (PPS/RJ), ligaram, de Paris, para o empresário Carlinhos Cachoeira. O conteúdo da conversa – que consta do inquérito da Operação Monte Carlo – mostra a intimidade entre eles.

Lereia inicia a chamada, em 12 de julho de 2011: “Bonjour, monsieur!”. Cachoeira identifica o amigo: “Tá de fogo, Lereia?”. “Rapaz, arrumei um negócio pra você aqui agora. Grupo Cassino. Eu disse, cassino é negócio de jogo (risos)”, brinca o deputado.

Depois, falam do senador Demóstenes Torres (ex-DEM/GO), chamado de “nosso líder”. “Vou levar pra ele um Château Margaux (vinho que pode custar até R$500,00)”.

Em tom de deboche, falam sobre um empréstimo de R$200 mil para comprar um apartamento em Paris. Lereia diz: “Dá pra você depositar pra ele [Stepan]? Paris baixou demais o preço.” Nercessian havia pedido R$160 mil a Cachoeira, no mês anterior, para comprar um apartamento no Brasil. Stepan pega o telefone e segue: “Você deposita 200 na conta, eu tiro a xerox e eles vendem fácil pra nós.”

Os dois viajaram à Europa para participar de reuniões com a delegação do Parlamento Europeu. Receberam cinco diárias de R$350,00 da Câmara.
*Limpinho e Cheiroso

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