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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, janeiro 26, 2013

Cabo de fibra ótica submarino que une Cuba à Venezuela começa a funcionar

Retirado do Opera Mundi




O aparato serve para acabar com as limitações nas comunicações da ilha caribenha, devido ao embargo norte-americano

Um cabo submarino de fibra ótica ligando Venezuela a Cuba, que terminou de ser instalado há quase dois anos, começou a ser usado de forma experimental para chamadas telefônicas e conexões de internet, informou nesta quinta-feira (24/01) o monopólio estatal de telecomunicações cubano (Etecsa).

"Desde o dia 10 de janeiro começaram ser realizados os testes de qualidade de tráfego de Internet sobre o sistema. Eles foram realizados utilizando tráfego real desde e para Cuba", disse a empresa Etecsa em um comunicado, publicado no diário oficial Granma.



O cabo de 1.600 km de cumprimento, que custou cerca de 70 milhões de dólares, devia entrar em operação em meados de 2011 para acabar com as limitações nas comunicações da ilha, devido ao embargo norte-americano.

O "cabo submarino de fibra ótica a Cuba com a Venezuela e Jamaica é operacional desde o mês de agosto de 2012, inicialmente com tráfego de voz correspondente à telefonia internacional" e desde 10 de janeiro, com conexões de internet, disse Etecsa.
Alerta

Contudo, a empresa alertou que "quando o processo de testes for concluído, o começo da operação do cabo submarino não significará que automaticamente sejam multiplicadas as possibilidades de acesso" à internet em Cuba.

"Será necessário executar investimentos em infraestrutura interna de telecomunicações e aumentar os recursos em divisas, destinados a pagar o tráfego de internet com o propósito de obter o crescimento paulatino de um serviço que oferecemos hoje, em sua maior parte, gratuitamente e com objetivos sociais", disse.

O governo cubano privilegia o uso da internet com fins sociais, por isso, atualmente, só há conexões em escolas, institutos científicos e centros de comunicação, mas em muito poucas casas.

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