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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, janeiro 24, 2013

Cristina chama de “canalhice” falsa imagem de Chávez no El País

 

Via Vermelho
“Na manchete do El País vi uma foto. Me corrijo, isso não é uma foto. É uma canalhice”. Assim a presidenta da Argentina, Cristina Kirchner definiu a “barrigada” dada pelo diário espanhol El País que, nesta quinta-feira (24), estampou na manchete do jornal e na capa do site a foto de um homem entubado que supostamente seria Hugo Chávez. Horas depois, o site publicou uma retratação dizendo que a imagem era falsa e foi adquirida da agência Gtres Online.
El País
Manchete do El País nesta quinta-feira (24)
De acordo com o periódico El Mundo, a mesma imagem estava sendo oferecida por 30 mil euros ao jornal, mas foi recusada pelo editor do mesmo por considerar que não deveria publicar a foto de Chávez moribundo.
El País, no entanto, publicou a foto acompanhada por um texto que dizia não ter sido possível averiguar de forma independente as circunstâncias, o lugar ou a data em que a fotografia havia sido tirada. Quando perceberam o erro, suspenderam a distribuição da versão impressa e pediram desculpas aos leitores afirmando que a agência Gtres Onilne fornece, há anos, materiais para o periódico e outros veículos espanhóis e estrangeiros.
Para a presidenta Cristina Kirchner, trata-se de um comportamento canalha. “Como será a pessoa que montou esta foto? Terá filhos? Caminha pelas ruas de Madri junto a homens e mulheres normais? Quem foi o editor que autorizou esta publicação? Falará agora em liberdade de imprensa? Escreverá editoriais sobre ética, moral e bons costumes e apontará o dedo para a sua próxima vítima?”, questionou a presidenta em seu Facebook.
A imagem originalmente foi capturada de um vídeo publicado no YouTube em 2008 com o nome “Intubação de Acromegália AMVAD”. O homem em questão tem um físico parecido com o mandatário venezuelano.
A presidenta argentina aproveitou o ensejo para observar que este tipo de atitude não é exclusividade de um país ou outro: “imprensa canalha. Não me ocorre outro adjetivo. É igual em todas as partes. El País em Madrid, The Sun de Murdoch em Londres , envolvido em casos de corrupção com o governo de Cameron, e vai saber que outras coisas mais” e continua: “Aqui é o Clarín de Héctor Magnetto. Sobre isso não fazem falta os adjetivos, sobram e são muito conhecidos”.
Veja o vídeo de onde a foto foi retirada:
+*GilsonSampaio

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