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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, maio 26, 2013

Grupos religiosos preparam ofensiva contra Barroso





Grupos religiosos preparam ofensiva contra Barroso

Grupos religiosos integrados estão preparando uma ofensiva para tentar derrubar a indicação do advogado Luís Roberto Barroso para o Supremo Tribunal Federal. Advogado constitucionalista, Barroso tem uma atuação marcante na área dos direitos humanos e enfrenta resitência de católicos e evangélicos. As informações são da Folha de S.Paulo.
A ofensiva será deflagrada no Senado, onde Barroso será sabatinado. Os representantes de grupos religiosos esperam conseguir apoio de parlamentares ligados à Igreja Católica e a evangélicos. "Vamos fazer uma espécie de dossiê com todas as declarações dele sobre os assuntos que nos são caros", disse o advogado Paulo Fernando, do grupo Pró-Vida, ligado à Igreja Católica. "Dificilmente o nome dele será derrubado, mas ele precisa saber que estamos de olho", disse.
No STF, defendeu pesquisas com células-tronco e a equiparação das uniões homoafetivas às uniões estáveis convencionais. O nome do constitucionalista agradou aos ativistas homossexuais. "Foi a melhor pessoa para a nossa comunidade", diz texto de Toni Reis, secretário de Educação da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais. A indicação de Barroso também foi comemorada por advogados e pelos próprios ministros do Supremo, assim que o nome do constitucionalista foi anunciado para integrar a corte.
A indicação de Barroso foi lida nesta sexta-feira (24/5) no Senado. Ele terá de passar por uma sabatina na Comissão de Constituição e Justiça, em junho, e por uma votação no plenário.
*Mariadapenhaneles

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