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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, maio 29, 2013

Maravilha:  Agência de modelos amputadas mostra beleza feminina
Por  | Preliminares
Doll Parts - Tarah Una
Os padrões de beleza estão sendo cada vez mais discutidos. Se a maior parte das mulheres nunca seria da maneira que revistas e TV dizem ser a “certa”, como pode esse ser o padrão? Além disso, autoestima é um ingrediente mais do que necessário para que nossa relação com o mundo seja proveitosa.
Os movimentos que valorizam mulheres “comuns” são fortes. E, por mais que os comentários daqui digam o contrário, milhares de homens não veem problema algum em pequenos defeitos ou características que fujam do padrão imposto e conseguem ver beleza na mulher comum, que poderia encontrar no ônibus.
Devin Coffin
Uma agência de modelos que segue essa ideia é a Doll Parts. Ela é especializada em mulher que foram amputadas ou nasceram com má formação de alguma parte do corpo. São mulheres lindas, que trabalharam sua autoestima por anos e hoje conseguem inspirar outras mulheres.
Doll Parts - Devin Coffin
Além de trabalhos como modelo, elas fazem palestras em que contam suas histórias e mostram que todos nós, com ou sem alguma deficiência visível, somos lindos, encantadores e só seremos amados se conseguirmos nos amar antes.
Rir dos nossos problemas talvez seja uma das características mais importantes na vida. E quando deixamos de nos sentir constrangidos com nós mesmos tudo muda. As pessoas passam a nos olhar com outros olhos, passam a nos respeitar mais e aí a beleza vem de brinde. Pessoas fortes são ainda mais belas.
*Mariadapenhaneles

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