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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, agosto 14, 2013

Cade recebe nova denúncia de propina em SP




A Federação Nacional dos Metroviários levou ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e ao Ministério Público de São Paulo indícios de formação de cartel e irregularidades em outros contratos do metrô. Um deles se refere à reforma de 98 trens, contratada em 2009, cujo preço chegou a 86% do valor que seria gasto com a compra de trens novos. 

Segundo a entidade, a reforma custou cerca de R$ 1,75 bilhão, e o trabalho foi repartido por consórcios da Siemens-Iesa , Bombardier, Consórcio MTTrens (MPE, Tejofran e Temoinsa) e Alstom-Siemens.

- Essa denúncia foi feita pelo deputado Simão Pedro (PT-SP) na época da licitação, mas não estava associada a indício de cartel - disse Narciso Soares, presidente da federação.

Ele afirmou que a repartição do serviço entre empresas é um indício de que pode ter havido acordo.
Segundo levantamento da liderança do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo, esse é um dos 49 contratos assinados por empresas do governo de São Paulo com a Alstom entre 2007 e 2010, durante a gestão de José Serra (PSDB).

A federação questiona a qualidade do serviço e diz que um dos trens reformados descarrilou no último dia 5, na Estação Barra Funda. De acordo com a entidade, a composição faz parte da frota K, que está sendo reformada pelo consórcio MTTrens e foi retirada de circulação para vistoria.
A federação relatou a troca do sistema de sinalização e controle do metrô, do sistema ATC (Automatic Train Control) para um novo, o CBTC (Communication Based Train Control), cuja licitação foi feita em 2008.

 O término do serviço estava previsto para 2011 nas três linhas. A troca ficou a cargo das empresas Bombardier (linha 5) , Siemens (linha 4) e Alstom (linhas 1, 2 e 3). Os contratos somam R$ 700 milhões.

- Estamos em 2013. O sistema já deveria estar em operação, mas os testes iniciais, feitos na linha 2 fracassaram. Foram detectadas falhas de segurança que impediram os novos sistemas de funcionar - disse Soares

*osamigosdopresidentelula

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