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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, agosto 15, 2013

Menina de 6 anos tratada com maconha

Menina de 6 anos tratada com maconha caminha pela primeira vez

 

Convulsões frequentes desde os três meses de vida agora são raras na garota. Tratada com maconha, ela fala e caminha pela primeira vez
menina maconha
Charlotte Figi, seis anos, desenvolveu uma rara e grave forma de epilepsia
que fazia com que ela sofresse milhares de convulsões por semana.
Seus pais resolverem adotar um controverso tratamento que
envolve alimentá-la com doses precisas e controladas de maconha
medicinal. Desde que começou o procedimento, a garota britânica
conseguiu caminhar e falar pela primeira vez.
(Foto: Daily Mail)
Uma criança britânica que sofria milhares de convulsões toda semana está enfim se recuperando, depois que seus pais iniciaram um controverso tratamento com maconha medicinal. Médicos disseram a Paige e Matt Figi que sua filha, Charlotte, não teria muito tempo de vida depois de ser diagnosticada com uma condição rara de epilepsia. Depois de anos pesquisando uma forma de curar a doença, eles passaram a alimentá-la com doses controladas de cannabis sativa – parte de um procedimento que ainda não conta com ampla aceitação médica. As informações são do Daily Mail.
Os pais relatam que poucos meses depois de dar início ao tratamento, Charlotte começou a caminhar e falar pela primeira vez, e suas convulsões praticamente pararam. “Tentamos todo o possível, e os doutores continuavam nos dizendo que ela iria morrer. Quando Matt me falou sobre o tratamento, fiquei horrorizada, mas estávamos tão desesperados que decidimos tentar”, informou a mãe da menina.
Charlotte, hoje com seis anos, teve as primeiras convulsões aos três meses de idade. Dentro de uma semana, ela começou a ter crises diversas vezes por dia. Ela foi diagnosticada com síndrome de Dravet – ou epilepsia mioclônica severa da infância -, uma forma rara de epilepsia que começa nos primeiros meses de vida. Crianças com essa condição costumam se desenvolver normalmente enquanto bebês, porém seu crescimento começa a estagnar por volta dos dois anos de vida. Pacientes com essa condição registram maior incidência de morte súbita inesperada em epilepsia.
Ainda não há cura para essa síndrome, e as opções de tratamento são limitadas, mas envolvem principalmente o uso de antiepilépticos para combater as convulsões. O tratamento com maconha medicinal envolve o aproveitamento do óleo extraído da folha da cannabis, que é então diluído até atingir uma dose precisa. Esse procedimento não é totalmente aprovado, porém recebe apoio de algumas entidades – especialmente das famílias de pacientes com epilepsia, esclerose múltipla e mal de Parkinson.
* Pragmatismo Político

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