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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, julho 03, 2014

Direção nacional do PT nega retrocesso no combate a cartel da mídia no país

Direção nacional do PT nega retrocesso no combate a cartel da mídia no país

- de São Paulo

PT
Presidente do PT, Rui Falcão denuncia complô midiático contra Dilma
A direção nacional do Partido dos Trabalhadores negou, nesta quarta-feira, que o trecho acerca da edição de um marco regulatório para combater o cartel da mídia no país tenha sido retirado do programa de governo da candidata petista à reeleição, Dilma Rousseff. A notícia, publicada na última edição do diário conservador paulistano Folha de S. Paulo, segundo a assessoria do PT, “não faz o menor sentido”.
– O texto sobre o programa de governo não está pronto. Houve uma reunião da coordenação de campanha, alguém de lá vazou essa história e a Folha embarcou. O fato, no entanto, é que para o PT não houve mudança alguma. Vale a diretriz aprovada no Diretório Nacional – afirmou um dos coordenadores da Comunicação Social do PT, ao Correio do Brasil.
Na coordenação de campanha da candidata petista, a reação foi idêntica. Segundo a assessoria de Dilma, não há qualquer definição oficial quanto ao programa de governo, que ainda está em fase de elaboração. Segundo uma das coordenadoras, “não se pode afirmar, com segurança, que algum trecho do programa tenha sido suprimido”. A própria reportagem da FSPafirma que o documento a que teve acesso trata-se da primeira versão do programa de Dilma que “ainda será analisada pela presidente e pode passar por modificações antes de ser entregue ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) até o fim da semana, quando ela registrar sua candidatura”.
– Trata-se, portanto, de uma especulação. Nada além disso – emendou o assessor do Diretório Nacional do PT.
Os coordenadores da campanha de Dilma, no entanto, conhecem a posição contrária de seus aliados quanto ao marco regulatório da mídia. Principalmente, do PMDB. O senador Renan Calheiros, presidente do Senado, é o principal adversário da tese, na base aliada da presidenta, mas a perseguição constante da mídia conservadora ao governo da presidenta Dilmatem sido observada de perto, tanto por Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência da República, quanto por Luiz Inácio Lula da Silva. Presidente do PT, Rui Falcão adiantou ao CdB que não comentará o assunto.
Para efeito político, o documento que o PT apresentou ao programa de Dilma, aprovado em maio pela cúpula do partido, inclui a democratização dos meios de comunicação em um eventual segundo mandato. A versão atual, portanto, mantém o compromisso de combater as “práticas monopolistas” da mídia, “sem que isso implique qualquer forma de censura, limitação ou controle de conteúdo”, segundo o texto aprovado.
– A matéria da FSP, um dos jornais que integram a mídia conservadora, junto com as Organizações Globo e a Editora Abril, que edita a (revista semanal de ultradireita) Veja, entre outros veículos de comunicação identificados com o espectro político de oposição, chega a citar os nomes do ministro (Aloizio) Mercadante e do (Rui) Falcão, sendo que nenhum deles se pronunciou sobre o assunto – concluiu.
*aposentadoinvocado

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