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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, junho 04, 2010

Fala ai SS erra






Serra, Dantas e a fábula do Ali Babá


Lá atrás da moita, atrás do Ali, você talvez perceba o Amauri

O Amauri foi à caverna do Ali-Babá.

Passou dez anos ali, na moita.

E contou ao Paulo o que tinha lá dentro.

Quem ia lá dentro.

E quem era o Ali Babá.

Uma vergonha, diria o Boris Casoy.

Aí, o Zé ficou com medo do que o Amauri viu lá dentro.

E disse que a Vilma ia espalhar por aí que tinha impressão digital do Zé lá dentro da cavena do Ali Babá.

A Vilma não viu nada, não disse nada.

Mas, o Zé ficou nervoso com a descoberta do Amauri.

E mais nervoso ainda quando soube o que o Amauri contou pro Paulo.

Aí, o Zé perdeu o senso.

E recorreu aos aliados de todas as horas.

O PiG (*).

E o PiG (*) faz o papel de sempre.

O PiG (*) está muito prepocupado com o que a Vilma não disse.

E se esquece da caverna do Ali Babá.

Do que tem lá dentro.

E do Ali Babá.

O PiG (*) ainda acha que engana alguém ?

E o Zé acha que você é bobo, amigo navegante.

O partido da Vilma foi à Justiça para obrigar o Zé a provar que ela disse o que não disse.

Aí, o Paulo e o Amauri vão ser intimados a contar ao Juiz o que sabem sobre a caverna, o que tem dentro da caverna e quem é o Ali Babá.

Em tempo: não pronunciem a expressão “exceção da verdade” na frente do Zé. Ele fica nervosíssimo.

Paulo Henrique Amorim

(*) PiG: Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

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