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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, junho 09, 2010

a Farra do Ferra de S.Paulo





Pra mim, isso é fazer jornalismo moral


O que mais me surpreende é alguém, algum dia, ter acreditado em "ombudsman" da Folha de S.Paulo [risos, risos]. Seria a mesma coisa que o Fernandinho Beira-Mar contratar um ombudsman na quadrilha dele, prô ombudsman moralizar a quadrilha. A loucura é total: se o ombusman moralizar a quadrilha... o ombusman perde o emprego; e se a a quadrilha for moralizada, o Fernandinho Beira-Mar morre de fome. Que espécie de golpe, então, é esse, de quadrilheiros darem emprego a vestais?!

Esse 'liberalismo' moralista aí, já beira a total tolice.

Eu me pergunto que utilidade teria todos insistirem tanto em falar em jornalismo ético... na empresa FSP. Mais um pouco, a FSP vai dizer: "É, tá certo. Ano que vem nós PROMETEMOS que teremos ombudsman da FSP, pra esculhambar a FSP."

Há alguma baitíssima ingenuidade (liberal moralista udenista) nessa exigência de 'moralização' do jornalismo no Brasil.

Já observei que inúmeros blogs pressupostos jornalísticos isentos, NÃO PUBLICAM matéria que seja declaradamente contra o governo de Israel. Eles entendem que, se tem lado, não é jornalística isenta. Esse, acho eu, é EXATAMENTE o jornalismo em direção ao qual TOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOODOS os bandidos do mundo trabalham: dado que o jornalísmo teria de ser isento, é só a bandidagem contratar jornalistas e subornar gente pra fazer 'declarações' a favor... que o jornalismo isento fica obrigado a publicar opinião da bandidagem.

O exemplo que o Fisk deu (em Parati, falando lá, há dois anos), foi ótimo: se de um lado estão os mercadores de escravos e, do outro lado, estão os escravos, eu NÃO ENTREVISTO os mercadores. Aliás... por que entrevistaria, né-não?" Deu também o exemplo da Palestina: "na Palestina, só entrevisto quem defenda a Palestina. Pra mim, isso é fazer jornalismo moral. Não sei se é jornalismo jornalístico. Mas é moral . É o que me interessa."

A pergunta é essa mesma


Caia Fittipaldi

do Grupo Beatrice

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