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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, junho 07, 2010

Leia-se farol o que PHA chama o FHC






Brasil e Turquia no Irã: será esse o futuro ?”
E FHC entrega o ouro aos bandidos


Enfrentar o Brasil e a Turquia seria “tolo e perigoso”



O Farol de Alexandria, na pág. 14 do Globo de ontem , entrega o ouro aos bandidos e fala mal da diplomacia brasileira no Irã.

É um exercício patético de cortar os pulsos.

O mais dramático é como o Farol de Alexandria explica a decisão subserviente de assinar o Tratado de Não-Proliferação das Armas Nucleares: “Seguindo esta mesma linha …”

Qual linha ?

A adaptação do Brasil (dele e do Serra) ao fim da Guerra Fria – e portanto, à hegemonia americana irrestrita.

Enquanto isso, a edição internacional da Newsweek coloca na capa a foto de Lula com os líderes do Irã e da Turquia e a bandeira do Brasil em primeiro plano (*).

A manchete da capa: “É este o futuro ? – O poder americano e seus limites.”

O autor do artigo é o indiano Fareed Zakaria, editor da Newsweek Internacional, colunista do Washington Post e âncora de um programa semanal de debates na CNN.

Sabe o que o Zakaria diz, amigo navegante ? (Clique aqui para ler)

Que países como o Brasil, Turquia e China se tornaram potências econômicas nas duas ultimas décadas.

Eles venceram a crise econômica recente muito melhor do que os países ricos.

Eles são politicamente estáveis, ricos e cada vez mais confiam no papel que têm que desempenhar na cena mundial.

Se Obama tentar jogar duro contra eles por causa do Irã será “tolo e perigoso”.

O Farol já está onde merece: é uma nota de pé de página.

Ele está para o Lula como Dutra para Vargas.



Paulo Henrique Amorim

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