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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, junho 03, 2010

Marionete ou o que? Com a palavra Obama








“O enigma dos dois Obama”

Publico aí em cima, legendado, o vídeo de uma entrevista concedida esta semana por Hugo Chávez à CNN, onde ele diz que o presidente Barack Obama terá de resolver o enigma dos “dois Obama”: o que se elegeu prometendo um novo Estados Unidos, promotor da paz e o que governa um país que não cessa de tomar decisões duras e punitivas em relação a alguns países e se comporta com total leniência com Israel, que pratica os atos mais agressivos no Oriente Médio.

Furkan Dogan, cidadão americano, morto no ataque

Hoje, sai uma notícia infeliz que vai, porém, obrigar o governo americano a agir com mais firmeza: um dos mortos pelo ataque israelense era um jovem de 19 anos com cidadania americana: Furkan Dogan, de 19 anos, nascido em Nova York e que vivia na Turquia.
A realidade, mais do que as intenções humanas, vai criando as situações onde os gestos devem confirmar as intenções ou, finalmente, demonstrar que elas eram falhas ou falsas.
Tomara que sejam verdadeiras, pelo bem da humanidade.

Brizola Neto

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