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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, setembro 10, 2010

Os Imperialistas e o seu fim






The Economist como que reconhece o fim da nossa subalternidade

Mas no fundo, apenas lamenta a perda definitiva de suas colônias
Recebi há pouco esta mensagem do professor Antonio David Cattani, que está estudando em Oxford:
No último número do The Economist (capa acima) saiu uma matéria sobre a América Latina. Ela pode ser considerada o reconhecimento pelo mainstream econômico mundial do fim da subalternidade cucaracha.

O mapa invertido, imagem que o pintor uruguaio Torres-Garcia já havia criado lá pelos anos 1930, com o título "O Norte é o Sul", é simbólico da mudança de percepção (imagem ao lado).
Longe de ser elogiosa, a matéria é escancaradamente preconceituosa, imperialista e, ao mesmo tempo, ingênua. Os cripto-liberais do Economist foram obrigados a reconhecer que o subcontinente não é mais o quintal dos USA, que os governos mais à esquerda estão conseguindo alterar profundamente a economia, associando transformações materiais com avanços sociais. De certa maneira, fazendo exatamente o contrário do que a revista apregoou nos últimos vinte anos.
Mas, os liberais-imperalistas não conseguem se conter e adoram pontificar do alto da sua prepotência e arrogância. Cada ponto positivo mencionado é seguido por críticas insidiosas, cada melhoria é acompanhada por recomendações que, seguidas à risca, produziriam o efeito contrário do que está sendo implementado pelos governos soberanos da região.

Na verdade, o que eles pretendem é recuperar a capacidade de ditar regras, é reconstruir as relações de dependência e subalternidade que no passado faziam da América Latina capacho, quintal e "reserva de caça" dos interesses das potências norte-ocidentais.
Ingênuos, continuam acreditando que suas análises e recomendações continuarão sendo consideradas como no passado, quando professores universitários, intelectuais, formadores de opinião colonizados bebiam da sua fonte. A nova intelectualidade e os novos dirigentes latinoamericanos dispensam esse tipo de apregoação. O The New York Times, o Financial Times ou The Economist, estão apenas lamentando a perda das antigas colônias.



Antonio David Cattani é professor titular de Sociologia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Agora, é pesquisador visitante no Latin American Center da Universidade de Oxford, Inglaterra.

*comtextolivre

Revolução na educação brasileira abre oportunidades para os jovens pobres do país

Presidente Lula visita o campus Suzano do IFSP e conversa com alunos. Foto Ricardo Stuckert/PR

A educação brasileira está sofrendo um revolução, dando espaço para jovens pobres ingressarem nas universidades e competirem em igual condição no mercado de trabalho, segundo afirmou o presidente Lula, nesta sexta-feira (10/9), na cerimônia de inauguração do campus Suzano do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP).

Em seu discurso, Lula ressaltou a importância do ProUni para a inserção dos jovens das periferias no ensino superior, permitindo-os ter uma profissão e transformar a condição socioeconômica.

“São Paulo é o estado mais rico da federação, tem uma das melhores universidades do Brasil, tem uma educação de excelente qualidade, mas não explica que um estado que completou quase 500 anos só tenha 96 mil alunos estudando em universidades públicas. Mais de 82% estão nas particulares. Daí a importância do ProUni, que já beneficiou 704 mil alunos, permitindo que as crianças pobres façam uma universidade”, afirmou.

Ouça abaixo a íntegra do discurso do presidente Lula.


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