Brasil De Fato – [Dafne Melo] pelo Diário da Liberdade:
O país, que era visto como um aliado do imperialismo europeu e estadunidense na região, apoiando inclusive Israel, tem repensando sua política externa nos últimos anos
Numa posição geográfica estratégica, entre a Europa e o Oriente Médio, a Turquia, país muçulmano, tem, nos últimos anos, voltado a fazer parte da comunidade árabe. “Em parte, essa aproximação se dá porque ela não tem visto muito futuro em suas relações com a Europa”, explica Paulo Hilu, professor do Departamento de Antropologia da UFF.
O país, que era visto como um aliado do imperialismo europeu e estadunidense na região, apoiando inclusive Israel, tem repensando sua política externa nos últimos anos. O apoio, ao lado do Brasil, ao desenvolvimento de tecnologia nuclear por parte do Irã, o envio da Flotilha da Liberdade à Faixa de Gaza no fim de maio e a posterior condenação ao ataque de Israel são exemplos. O país também condenou a operação Chumbo Grosso, como ficou conhecido o massacre à população palestina em Gaza no fim de 2008 e início de 2009.
“A Turquia tem se distanciado de Israel, pôs fim aos treinamentos militares conjuntos, por exemplo. No Fórum de Davos, ano passado, o premiê turco [Recep Tayyip Erdogan] saiu de uma mesa após uma discussão com o presidente israelense, Shimon Peres, sobre o ataque a Gaza”. Na ocasião, Erdogan disse a Peres “você está matando gente”, e foi cortado por um moderador.
Para Arlene Clemesha, da USP, a Turquia, que possui o segundo maior exército da Otan, ainda é uma aliada e não irá se alinhar totalmente ao Irã, mas pode ser um fator de desequilíbrio dependendo de sua posição. “A Turquia tem tido uma postura crítica sobre algo que de fato é totalmente criticável. Antes podia até discordar, mas não tinha força para se colocar. Agora tem”, conclui.
*estadoanarquista
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