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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, setembro 08, 2010

ss Erra é um j ênio






Todos os erros do Serra.
A começar pela privatização


Serra passa a Light nos cobres

O Conversa Afiada aceita sugestão da amiga navegante Tânia e publica essas fotos históricas: Zé Baixaria privatiza a Light e cumprimenta a Rainha da Privatização, Elena Landau (*).

Serra e Landau, a privatização era uma festa !

Tânia também sugeriu a re-exibição do vídeo em que Farol de Alexandria conta que o Zé Baixaria foi quem mais insistiu para privatizar a Vale.

Aí vai: http://www.conversaafiada.com.br/antigo/?p=23211

(Se o Zé Baixaria soubesse quantos votos em Minas lhe custou essa privatização da Vale …)

Conversávamos sobre “como foi possível o Zé Baixaria errar tanto ?”

Primeiro, porque ele não se deu conta de que a matriz do pensamento conservador, os Estados Unidos, precisa se recompor.

O Império está em crise – de idéias também.

Dali, por algum tempo, não vai sair nenhuma Escola de Chicago que germine os Chicago Boys do Pinochet, aqui reproduzidos com fidelidade pelo Farol de Alexandria.

O fogo está morto, provisoriamente.

Isso significa que a Direita sumiu.

Ninguém no Brasil quer ser de Direita.

Nem os DEMOs, que, com a Direita, sumirão nessa eleição.

Mas, diz um sábio interlocutor, ninguém nasce em São Paulo impunemente – assegurava o Dr Tancredo.

Por isso, o segundo erro de Serra foi não ter ido para a convenção do PSDB.

Zé Baixaria tinha mais de 50% de chance de ganhar, com o peso da grana de São Paulo, que Aécio não podia confrontar.

Ele ganhava as prévias e se legitimava.

Não começava anêmico.

Não ficava como candidato de si próprio, de sua própria ambição solitária, como disse o Lula ontem na televisão – clique aqui para ver “Lula diz a Serra que baixaria é falta de voto”.

O terceiro erro fatal foi insistir no Aécio.

Se ele tivesse um mínimo da perspicácia que os paulistas pensam que ele tem, Zé Baixaria teria percebido que Aécio só seria vice se fosse inteiramente imbecil.

O Zé Baixaria confiou na pretensa autoridade moral, paternal do Farol sobre o Aécio.

O Aécio sempre tratou o FHC com deferência e respeito.

Mas, não leva ele a sério, como o avô.

O Farol tentou convencer o Aécio dezenas de vezes.

E educadamente ouviu um “não”.

Terceiro, Zé Baixaria não tinha plano “B”.

Era o Aécio ou nada.

E acabou por escolher esse tal de Índio, que não significa nada – ou melhor, significa tudo.

Geralmente, o vice vem de pólo oposto ao do candidato a presidente.

Lula, o metalúrgico, escolheu um empresário, José Alencar.

Collor, nordestino, um mineiro, Itamar.

FHC, paulista, um pernambucano – Maciel que, se bobear, perde a eleição em Pernambuco.

(Clique aqui para ir ao site Amigos do Presidente Lula e se divirta com “a praga “ do Lula em Pernambuco)

Serra escolheu um do Sudeste, onde ele fica.

Somou zero a zero.

Ainda por cima, um Índio sujo com as merendas do Rio.

Um falso ficha limpa.

E o mais grave de todos os erros.

Foi não sair da armadilha de 2002.

Zé Baixaria não soube se era discípulo do Farol ou não.

Uma duvida cruel, que só revelou indecisão, fragilidade.

Ele não tinha saída.

Ele tinha que vestir a casaca surrada do Fernando Henrique e sair por aí como o campeão da privatização.

Mesmo que se saiba que o Farol não dá um voto.

Mas, ele seria, ao menos, coerente.

A indecisão mostrou inépcia.

Quem manda o PSDB não encontrar uma linguagem colada ao povo – como diz o Eduardo Campos (clique aqui para ver “por que o Ciro não vem para São Paulo ?”).

Quem manda o PSDB, ancorado no paulistismo, não perceber o que se passa em Suape, em Marabá, em Rio Grande, no Pavão-Pavãzinho, no rio São Pão Francisco, na Trans-Nordestina, nas Mães da Paz.

O PSDB de São Paulo acredita nas reportagens do avião do jornal nacional.

Clique aqui para ver “Bomba, bomba ! O diálogo na cabine do avião do jn”.

E o PSDB de São Paulo leva o Fernando Henrique a sério.

O Dr Tancredo nunca levou.


Paulo Henrique Amorim


(*) Com Daniel Dantas, o passador de bola apanhado no ato passar bola, Elena Landau privatizou a CEMIG. O Itamar, depois de presidente – por que o FHC jamais se candidatou a nada, depois de presidente ? – o Itamar, governador de Minas, foi lá e mandou o Daniel a Elena embora. A CEMIG voltou a ser uma grande empresa – estatal de Minas.

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